Bailarina Juliana Moraes apresenta espetáculo sobre suas próprias angústias

Solo “Desmonte” chega ao Centro Cultural Galeria Olido, entre os dias 1º e 3 de abril

Depois de enfrentar uma experiência pessoal angustiante, a bailarina Juliana Moraes começou a procurar alguns estímulos criativos para o solo “Desmonte”. Assim, ruídos do cotidiano, pessoas falando em diversos cantos da cidade, vozes na televisão ou até mesmo sua própria voz lendo poemas são levados ao palco entre os dias 1º e 3 de abril, no Centro Cultural Galeria Olido.

Nos primeiros 16 minutos, Juliana usa fones de ouvidos para escutar esses sons e vozes por ela gravados. A plateia escuta somente o barulho da movimentação feita por ela. “A dança conecta as pessoas mesmo sem a trilha, a ideia é que o público sinta a dor que ela sentiu. É um espetáculo tocante, que passa sentimentos”, explica o diretor de produção Gustavo Senna.
Com uma mistura de dança contemporânea e alguns movimentos tradicionais do balé clássico, a artista consegue construir diversas intensidades emocionais. “Como é uma produção autoral, ela traz muitos elementos que compõem todas as fases que ela passou”, afirma Senna.

Nesse momento, o silêncio inicial é substituído pela composição None But The Lonely Heart (Op.6 No.6), de Pyotr Tchaikovsky com interpretação de Christianne Stotijn e Julius Drake. Uma transição que marca a ideia de um corpo em curto-circuito. “De repente, está tudo bem, depois não. Tem uma linha de normalidade e de extremo. É um espetáculo que traz a possibilidade de levar ao extremo as emoções”, conclui o diretor.

Por Letícia Andrade

Serviço: | Centro Cultural Galeria Olido – Sala Paissandu. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro.| tel. 3331-8399 e 3397-0171. Dias 1º e 2, 20h. Dia 3, 19h. Grátis (retirar ingressos uma hora antes). +14. 40 min.