“Dos Olhares nasce o grito” questiona o lugar do jovem periférico na sociedade

Espetáculo de dança chega ao Centro Cultural do Jabaquara e a seis Casas de Cultura

A partir da questão “o que é ser suspeito dentro de um corpo social?”, o Núcleo Iêê leva a diversos espaços da Secretaria Municipal de Cultura o espetáculo “Dos olhares nasce o grito”. Misturando dança contemporânea e passos de capoeira, o grupo se apresenta ao longo do mês de agosto e de setembro nas seguintes Casas de Cultura: dia 5, na Vila Guilherme; dia 16, na Salvador Ligabue; dia 19, na Brasilândia; e dia 20, na Hip Hop Leste. No dia 26, o grupo se apresenta no Centro Cultural do Jabaquara. Em setembro, as apresentações acontecem no dia 5, na Casa de Cultura do Butantã, e no dia 15, na Casa de Cultura Itaim Paulista.

O diretor do espetáculo, Rafael Oliveira, vê a coreografia como um grito em reação às situações e preconceitos que a sociedade impõe ao jovem da periferia. “Como artistas e periféricos, nós entendemos o quanto um olhar nos julga”, explica. A questão de um estigma marginalizado é o cerne do espetáculo, que busca provocar um questionamento a respeito do lugar desse jovem na sociedade. “Queremos tirar o público da zona de conforto, incentivar a busca por novos saberes”, afirma.

Composto a partir de relatos de jovens moradores da periferia, incluindo os dos próprios dançarinos, “Dos olhares nasce o grito” envolveu também uma preparação mista de dança contemporânea e treino de capoeira. “Estamos descobrindo uma pluralidade ímpar de movimentos, que enriquece o trabalho e nos dá ferramentas para falar com o corpo o que as palavras não dizem”, conclui Oliveira.

Por Gabriel Fabri