Teatro João Caetano recebe destaques do Festival de Dança de Joinville

Apresentações gratuitas acontecem entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro

Conhecer a arte dos bailarinos que se apresentam no Festival de Dança de Joinville não é mais privilégio de quem vai a Santa Catarina. Pela primeira vez, São Paulo recebe uma mostra com alguns dos participantes que se destacaram nesse evento anual da cidade catarinense. O Teatro João Caetano é palco, entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro, para os Destaques Joinville, com entrada franca.

Desde sua criação, em 1982, o evento continua atraindo cerca de 4.500 bailarinos anualmente e é considerado pelo Guinness Book, desde 2005, o maior do mundo em relação ao número de participantes. Por essa razão, sua vinda a São Paulo é um passo importante para a aproximação do público daqui ao universo da dança de qualidade.


Programa eclético

Destaques Joinville reúne bailarinos sênior (mais de 18 anos) e traz artistas de todo o Brasil, das modalidades dança urbana, contemporânea, neoclássico, sapateado e balé clássico. A ideia é permitir que o público possa apreciar diversas técnicas de dança, revezando-se em um mesmo palco.

Da cidade de Sete Lagoas (MG), o programa traz a Cia. Jovem de Paraopeba. O grupo apresenta os espetáculos Amal e Tchibum. Apesar de distintas, ambas as coreografias têm o mesmo propósito. “As duas evidenciam problemas sociais do mundo, mas sem abandonar, principalmente, os nossos, brasileiros”, conta o coreógrafo e diretor Alan Keller.

Vencedor na categoria dança contemporânea, Amal tem como título a palavra árabe que significa “esperança”, mas também pode remeter à “lama”, misturando sentimentos de amor e maldade na mesma arte, que é o movimento do corpo. “A Síria pede socorro e a população vive na persistência e na constante fuga. Levamos o caos da violência incessante ao palco e, em contrapartida, fazemos um elo com o nosso país, que vive outros tipos de violência, matando centenas de pessoas, também, mas de outra maneira”, explica Keller.

Já Tchibum usa da onomatopeia que significa “queda em água” para abordar adversidades contemporâneas, como a falta do líquido no Brasil.

Completam a programação outras 16 coreografias, entre elas o jazz solo protagonizado por Guilherme Maciel, Às Vezes Sinto Que Não Me Reconheço, do Grupo Jovem Paulista; o neoclássico Entrelaços, de Caio Baratelli, bailarino que também divide o palco com Anne Jullieth no grand pas deux de Harlequinada, remontagem de Guivalde Almeida e Ana Maria Campos para a obra clássica de Marius Petipa.

A origem do Festival
Criado em 1983, o Festival procura estimular a disseminação e o desenvolvimento culturais por meio da expressão artística.

O conceito surgiu em 1982, quando Carlos Tafur, professor da Escola Municipal de Ballet, junto com Albertina Tuma, então diretora-geral da Casa da Cultura, teve a ideia de fazer um encontro de dança amadora com grupos de todo o país. Inicialmente, a expectativa era que 150 bailarinos se inscrevessem, mas o número de interessados chegou a 660, de 47 companhias diferentes. Todos com a intenção de viajar até Santa Catarina no mês de julho do ano seguinte para se apresentarem no 1° Festival de Dança de Joinville.

Por Aryanne Valgas 

Serviço: Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino. Próximo da estação Santa Cruz do metrô. Zona Sul. | tel. 5573-3774 e 5549-1744. De 30/9 a 1º/10. Sáb., 21h. Dom., 19h. Grátis. (retirar ingresso uma hora antes)