Espetáculo de dança “1001 Platôs” pretende provocar variedade de sensações no público

Nova coreografia da Taanteatro é apresentada nos Teatros João Caetano e Paulo Eiró e no Centro Cultural Olido a partir de 14 de setembro

 “Um banho de sensações”. É o que promete o diretor Wolfgang Pannek para a coreografia “1001 Platôs”, que o grupo Taanteatro apresenta em comemoração aos seus 25 anos. Com pesquisa em obras de grandes pensadores da história - como o projeto Ciclo Nietzsche, em que dedicou uma série de trabalhos ao pensador alemão -, a companhia se inspira agora no livro “Mil Platôs - Capitalismo e Esquizofrenia 2”, do filósofo Gilles Deleuze e do psicanalista Félix Guattari, para compor o seu mais recente espetáculo. As apresentações acontecem entre 14 e 24 de setembro no Teatro João Caetano; entre 28 de setembro e 8 de outubro, no Centro Cultural Olido, e entre os dias 19 e 22 de outubro, no Teatro Paulo Eiró.

O espetáculo é composto por uma série de cenas, completamente diferentes entre si, inspiradas em passagens ou metáforas da obra de Deleuze e Guattari. “Através de um meio poético, a dança, a ideia é que o público tenha uma ressensibilização artística em relação a problemas que nos cercam constantemente”, explica Pannek. A dança, que tem direção coreográfica de Maura Baiocchi, utiliza elementos da obra de Deleuze e os relaciona com a atualidade e com a realidade dos bailarinos – a primeira cena, por exemplo, fala sobre a relação entre o inconsciente pessoal e as guerras.

Segundo Pannek, Deleuze é um autor que trabalha a importância dos grupos sociais considerados minoritários, ou seja, todos aqueles que não são homens, brancos, héteros e ocidentais. “Todo movimento ou movimentação social importante passa por um processo de dar mais valor a alguma minoria”, afirma o diretor. Pensando nesse aspecto, o espetáculo trouxe um ator africano para cantar em thangana, dialeto de Moçambique, uma versão em rap do texto “Como Criar Para si Um Corpo Sem Órgãos”, de Deleuze. “Você não entende o idioma, mas entende pela emoção”, conclui.

Por Gabriel Fabri