Roda feminina de choro celebra o Dia da Mulher

Elas no Choro traz repertório que homenageia compositoras que aliaram a música à defesa dos direitos das mulheres

Com 40 anos de existência, o Clube do Choro comemora o dia internacional da mulher com uma roda feminina de música ao ar livre, no dia 6, às 15h, na Praça dos Arcos, localizada na esquina das Avenidas Paulista e Angélica. No local, cinco choronas comandam a apresentação que inclui obras de Chiquinha Gonzaga e Lina Pesce, artistas que durante a vida aliaram a música com a defesa dos direitos das mulheres. O show integra o Circuito Municipal de Cultura 2016.

“O repertório foi escolhido de maneira a homenagear as mulheres compositoras de choro, além de relembrar algumas musas inspiradoras dos chorões, como ‘Conceição’, de Joaquim Callado, e ‘Iara’, de Anacleto de Medeiros”, conta Cibele Palopoli, flautista e membro do Clube. Além dela, integram a roda as musicistas Carla Verônica Pronsato, Gabriela Silveira de Andrade, Camila Silva Inocêncio e Ângela Coltri do Amaral.

Segundo Cibele, a formação de um grupo exclusivo de mulheres e com repertório cuidadosamente selecionado reforça a presença, e igual excelência, feminina em profissões com forte tradição masculina, como é o caso do músico popular. Surgidos no século 19, no Rio de Janeiro, os clubes de choro são majoritariamente compostos por homens. “Além de um show elaborado por mulheres, Elas no Choro tem como objetivo ressaltar a refinada presença feminina na música e nas artes”, afirma.

“O choro, em São Paulo, vive um momento maravilhoso, tendo como protagonista o Clube do Choro”, conta Cibele, formada em música pela Universidade de São Paulo e pela Escola Municipal de Música. A intérprete começou a frequentar o Clube após sua reinauguração em agosto de 2015, no Teatro Municipal da Mooca Arthur Azevedo. A partir de então, seu grupo passou a se apresentar no local, todos os meses, com entrada franca. “O Teatro Arthur Azevedo tem sido palco de shows de excelente qualidade, contando com uma grande diversidade de repertório e de artistas”, conclui.

Por Mariane Roccelo