No cinquentenário de Chico Science, Nação Zumbi faz série de shows no Circuito Municipal de Cultura

Apresentações também celebram os 20 anos do lançamento de “Afrociberdelia” e acontecem dias 20, 26 e 27 de março

O ano de 2016 promete muitas celebrações para a Nação Zumbi. Em seu décimo álbum de estúdio (“Nação Zumbi”, 2014) e prestes a comemorar os 50 anos de Chico Science, se este estivesse vivo, e os 20 do lançamento de “Afrociberdelia” (1996) –disco que marcou a música brasileira ao lançar o manguebeat nacionalmente–, o grupo recifense inicia o ano com uma série de shows São Paulo. As apresentações acontecem dia 20, no Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró, e dia 26, no Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes. No dia 27, o grupo faz show na praça em frente do Centro Cultural da Juventude, que comemora nessa data os 10 anos de sua inauguração. As apresentações são gratuitas e integram a programação do Circuito Municipal de Cultura.

Pode-se dizer que a Nação Zumbi foi a grande impulsionadora do manguebeat. Ainda sob o comando de Chico Science, o movimento de contracultura genuinamente brasileiro estourou no final da década de 1990 com o lançamento de “Da lama ao caos”, seguido de “Afrociberdelia”, com a regravação de “Maracatu atômico”, música de Jorge Mautner em parceria com Nelson Jacobina. Após a morte de Chico Science em um acidente de carro, em 1997, Jorge Du Peixe assumiu os vocais e o grupo seguiu em frente, lançando músicas que conquistaram o público e se firmando como uma das bandas mais respeitadas do cenário nacional.

Hoje, já consagrada, a Nação Zumbi não deixou de lado o peso essencial da guitarrada e do batuque do manguebeat, mas tem buscado, cada vez mais, flertar com outras sonoridades. No último disco, a surf music e o reggae marcam presença ao lado de sintetizadores e programações eletrônicas, que dão melodia a letras mais pessoais e introspectivas, como “Um sonho”, “Nunca te vi” e “Foi de amor”. As parcerias também são ilustres na gravação desse álbum. A cantora Marisa Monte registra sua voz em “A melhor hora da praia” e o tecladista norte-americano Money Mark, companheiro antigo da Nação Zumbi, participou da mixagem de algumas faixas. Para os shows que acontecem em março, o grupo promete um repertório que une sucessos às novas apostas musicais.

Por Luísa Bittencourt

Serviço: Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró. Zona Sul. Dia 20, 19h;
Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes. Zona Leste. Dia 26, 20h;
Centro Cultural da Juventude (praça em frente). Zona Norte. Dia 27, 17h. Grátis.