“Gosto de dizer que minha poesia é uma literatura negra de favela”, afirma o poeta Akins Kintê, que lança o livro “Muzimba na humildade sem maldade” dia 13, no Centro Cultural Olido. Reunindo poemas escritos a partir de 2008, o autor discute questões sociais e raciais e busca trazer elementos da negritude e da periferia em seus textos. O livro acompanha um CD de autoria do músico Tico Prô, que musicou 14 poemas. “Essa ideia nasceu do meu coração, ele estava dizendo que o livro precisava vir com um CD”, explica o autor.

Poemas sobre o samba, o respeito ao povo negro, o direito à moradia e o amor a uma mulher são alguns dos temas do livro, que inclui também histórias eróticas. Kintê destaca o poema “Duro não é o cabelo”, vencedor do festival de poesia de São Paulo, e “A Vovó anfitriã, deu vida ao nosso Clã”, em que o poeta cita o nome de seus familiares. “São mais de 60 nomes, esse poema é forte porque já tivemos várias perdas na família”, explica. “Acredito que com ele eu eternizo os familiares”. Já o poema “Mulekote matuto” foi declamado no primeiro DVD do rapper Criolo e “Preta não mulata” viralizou nas redes sociais.
Sobre o título, Kintê explica que a palavra “Muzimba” tem origem em Moçambique, país do sudeste da África, e significa “corpo”. “Muzimba é o beco de mim mesmo, nas ruas dessa vida”, afirma. “Onde gosto de estar presente sempre na humildade e sem maldade, ou seja, no respeito, no carinho”.

Por Gabriel Fabri

Serviço: | Centro Cultural Olido – Sala Olido. Centro. Dia 13, 19h. Grátis