Festival de histórias promove interação e reflexão

12º Festival A Arte de Contar Histórias acontece entre os dias 21 e 29

Narradores se espalham por diversos pontos de leitura da cidade, entre os dias 21 e 29, na programação do 12º Festival A Arte de Contar Histórias. O tema desta edição é “Caminhos do maravilhoso”, que enfoca a ideia do “deslumbramento” por meio de contações, palestras e rodas de conversa.

Uma das convidadas do evento, a narradora Débora Kikuti acredita que as principais características desse Festival é a diversidade dos contadores, os vários locais de apresentação e o estímulo ao hábito da leitura. Em sua apresentação, ela narra “Um cesto de histórias”, atividade que reúne, também, cantigas populares e brincadeiras com o público para ver quem, no meio dele, escolherá o conto a ser interpretado.

Para a narradora Tininha Calazans, além da interação com os espectadores, o Festival expõe tramas que proporcionam reflexões sobre questões essenciais da vida. Estas são abordadas por meio de uma linguagem simbólica, como em “A beleza de cada ser”, seleção de contos que trata de singularidades e diferenças presentes em histórias clássicas como “Pele de asno” e “Três penas”, dos irmãos Grimm. “Acompanhando as aventuras, o público descobre também o amor, a perseverança, a confiança e outros atributos essenciais para a superação dos desafios e realização de seu ser”. Segundo ela, nos contos apresentados se veem criaturas aparentemente frágeis e pequeninas. “Mesmo tendo a aparência de um burrico, por exemplo, elas realizam gestos de valor.”

Ampla, a proposta do Festival leva também ao público palestras diversas, como “O maravilhoso nas histórias indígenas”. No encontro, o músico e compositor Cristiano Wapichana relembra a importância da oralidade passada por diferentes etnias, valorizando a identidade dessa população. “Caso sejam desligadas de seus povos, as histórias podem perder a força e a função. Além disso, esses contos existem e resistem para nos educar. Educar nossos sentidos e nos lembrar de onde viemos e quem somos”, afirma.

A programação também conta com rodas de conversas, entre elas “O maravilhoso nas histórias da cultura popular brasileira”, com Ricardo Azevedo, escritor, ilustrador e ganhador do Prêmio Jabuti; e apresentações do grupo Mãos de Fada, que prioriza, em suas “histórias contadas com as mãos”, a interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

| Bruna Pinheiro