MITsp apresenta espetáculos da MITbr em formato online

Espetáculos cancelados da MITbr de 2020 em função da pandemia foram reagendados para o formato online nos canais da SMC; confira a programação

A SMC - Secretaria Municipal de Cultura reagendou para apresentação no formato online quatro espetáculos da MITbr - Plataforma Brasil, programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras da MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo que não puderam ser exibidos em seus equipamentos, fechados no dia 13 de março em função da pandemia.

Cancioneiro Terminal, do Grupo MEXA, de São Paulo/SP, Entrelinhas, do Coletivo Ponto Art, de Salvador/BA, Recolon, do Coletivo Mona, de Manaus/AM e tReta, do Original Bomber Crew, de Teresina/PI terão seus espetáculos exibidos na íntegra no canal do Youtube da SMC (/smcsaopaulo), no período de 22 a 28 de maio de 2020.

Os artistas intérpretes e equipe de criação destes espetáculos também farão lives nos perfis dos teatros da Prefeitura de São Paulo (de 21 a 31 de maio - dias, horários e locais abaixo). Para tanto, convidaram Alejandro Ahmed, Grace Passô e Francis Wilker, curadores da MITbr - Plataforma Brasil, para acompanharem a conversa com os internautas. O solo violento. de Preto Amparo, Alexandre de Sena, Grazi Medrado e Pablo Bernardo, de Belo Horizonte/MG e ZOO, do grupo Macaquinhos, de São Paulo/SP não serão disponibilizados na íntegra, mas os artistas farão lives sobre as pesquisas que nortearam a construção de seus trabalhos.

A MITsp de 2020
A MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo foi realizada de 5 a 15 de março de 2020, planejada para apresentar 13 espetáculos internacionais; 2 espetáculos especiais (um nacional e um internacional); 13 espetáculos na MITbr - Plataforma Brasil, para que fossem assistidos por 76 programadores de festivais (27 nacionais e 49 internacionais, envolvendo 22 países).

Essa grade consolidaria 70 sessões entre espetáculos e performances. Foram planejadas cerca de 80 atividades nos eixos Ações Pedagógicas e Olhares Críticos, todas gratuitas, com mais de 100 artistas e pensadores convidados, em 25 espaços espalhados pela cidade, além dos 8 eventos especiais. Apesar do momento crítico que tangenciou a mostra a partir do dia 13 de março, a MITsp apresentou 22 espetáculos, entre nacionais e internacionais, e executou integralmente a programação dos eixos Ações Pedagógicas e Olhares Críticos com suas 80 atividades.
Em decorrência da pandemia da COVID19, os teatros municipais de São Paulo e o Teatro Sesi SP foram fechados a partir do dia 13 de março, o que acarretou o cancelamento de alguns espetáculos da MITsp, em especial os da MITbr - Plataforma Brasil. É com a intenção de fechar o ciclo de 2020 que nasce essa ação em conjunto da MITsp com a Secretaria Municipal de Cultura: lives com os artistas e a apresentação em formato online dos espetáculos que não puderam ser realizados no período da mostra.

Serviço
Os vídeos na íntegra dos espetáculos Cancioneiro Terminal, Entrelinhas, Recolon e tReta estarão disponíveis no canal do Youtube da SMC (/smcsaopaulo), no período de 22 a 28 de maio de 2020.
Veja abaixo a relação das lives nas respectivas redes sociais dos Teatros da Prefeitura:
LIVE Cancioneiro Terminal - 26 e 28 de maio, às 19h.
Biblioteca Mário de Andrade / @bibliotecamariodeandrade
Convidado: Francis Wilker.

LIVE Entrelinhas - 21 e 22 de maio, às 20h.
Teatro Cacilda Becker / @teatrocacildabecker
Convidada: Grace Passô.

LIVE Recolon - 30 de maio, às 21h e 31 de maio, às 19h.
Teatro Paulo Eiró / @teatropauloeirosp no IG / /teatropauloeiro no FB
Convidado: Francis Wilker.

LIVE tReta - 22 de maio, às 21h e 24 de maio, às 19h.
Teatro Arthur de Azevedo / @teatroarthurazevedosp
Convidado: Alejandro Ahmed.

LIVE violento. - 29 de maio, às 21h.
Teatro Alfredo Mesquita / @teatroalfredomesquita
Convidada: Grace Passô.

LIVE ZOO - 23 de maio, às 21h e 24 de maio, às 18h.
Teatro João Caetano / @teatrojoaocaetanosp
Convidado: Alejandro Ahmed.

Sinopses e fichas técnicas:

Cancioneiro Terminal - Grupo MEXA
SÃO PAULO/SP, 2019 | 80min | CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 12 anos
O MEXA é um coletivo artístico que trabalha com pessoas à margem. Em Cancioneiro Terminal, o grupo parte da investigação de fotografias e vídeos produzidos sobre si. Os performers se relacionam com as imagens gravadas e se perguntam com quais delas gostariam de contar a história do seu presente. O grupo atua desde 2015 e, ao longo desse tempo, algumas integrantes desapareceram, outras reapareceram, houve quem tentasse se matar, quem se transicionou, teve uma filha, foi presa, foi internada em um hospital, mudou de país, de profissão, de nome. Essas pequenas histórias, juntas, contam a narrativa sempre processual do grupo, que trabalha a partir de suas próprias vivências transformadas em cena. A cada performance, o MEXA reencena e edita em tempo real um novo filme, através de exercícios de tradução e dublagem. Ao fazer isso, os artistas pensam sobre o que significa ser uma imagem, o que fica quando tudo o mais desaparece e como, sendo um corpo coletivo, caminhar juntos.
FICHA TÉCNICA | DIREÇÃO GERAL Grupo MEXA CONCEPÇÃO DO GRUPO Anita Silvia e Dudu Quintanilha DRAMATURGIA João Turchi DIREÇÃO AUDIOVISUAL Dudu Quintanilha BANDA Alessandro Lins dos Anjos, Dourado, Barbara Britto e Giulianna Nonato PRODUÇÃO Lu Mugayar PERFORMERS Daniela Pinheiro, Ivana Siqueira, Tatiane del Campobello, Patrícia Borges, Yasmin Bispo, Luiza Brunah Wunsch, Fabíola Dummont, Muniky Flor, Roberto Lima Miranda, Kristen Oliveira e Anita Silvia, Alessandro Lins dos, Barbara Britto, Dourado, Dudu Quintanilha, Giulianna Nonato, João Turchi, Laysa Elias, Lu Mugayar PROJETO GRÁFICO Celso Longo ILUMINAÇÃO Helo Duran CAPTAÇÃO DE IMAGENS Laysa Elias MAQUIAGEM Lavínia Favero e equipe

Entrelinhas - Coletivo Ponto Art
SALVADOR/BA, 2012 | 35min | CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 18 anos
Num diálogo entre o passado e o presente, o espetáculo discute a violência contra a mulher e evidencia como a voz da mulher negra é historicamente silenciada dentro de uma sociedade opressora, machista e de mentalidade escravocrata – e que, assim, fomenta a violência. A coreógrafa e intérprete Jaqueline Elesbão costura uma narrativa essencialmente visual, quase sem palavras, que apresenta uma série de imagens e referências históricas (símbolos determinantes à existência feminina). Em cena, a artista traz objetos como uma máscara de flandres – usada durante o período de escravidão brasileiro, para impedir os servos de ingerirem alimentos e bebidas, e lembrada na imagem da serva Anastácia, submetida a sessões de tortura enquanto o artefato lhe cobria a boca. Alternando-se entre as figuras de vítima e algoz, Elesbão também expõe elementos religiosos e indumentárias femininas, como o sutiã e o salto alto, ícones de liberdade e amarra do corpo da mulher.

FICHA TÉCNICA | COREÓGRAFA E INTÉRPRETE Jaqueline Elesbão PRODUÇÃO Nai Meneses SONOPLASTIA Anderson Gavião ILUMINAÇÃO Robson Poeta CONFECÇÃO DE FIGURINO Luiz Santana

Recolon - Coletivo Mona
MANAUS/AM, 2016 | 50min | CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 12 anos
Os impactos ambientais e humanos causados pelas construções de usinas hidrelétricas na bacia do Rio Madeira, em Rondônia, foram o ponto de partida para o artista manauara Leonardo Scantbelruy criar o solo, primeiro trabalho do Coletivo Mona. O performer manipula elementos simbólicos e regionais para investigar o risco da vida na Amazônia, marcadas por ciclos de colonização. Inspirado pelo trabalho do pintor e escultor Olivier de Sagazan e da coreógrafa Elisa Schmidt, o intérprete utiliza uma pasta de mandioca para se desconfigurar gradativamente e investigar por meio de metáforas corporais o estado emocional e psicológico de um corpo atravessado por um choque ambiental que viola inúmeros direitos.
FICHA TÉCNICA | CONCEPÇÃO, DIREÇÃO E PERFORMANCE Leonardo Scantbelruy INTERLOCUÇÃO Gilca Lobo e Elisa Schmidt ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO Francisco Rider ILUMINAÇÃO E SONOPLASTIA Daniel Braz
FIGURINO Preta Scantbelruy APOIO Coletivo Mona, Movimento Levante MAO e Coletivo Difusão
tReta - Original Bomber Crew
TERESINA/PI, 2018 | 60min | CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 anos
As várias "tretas" enfrentadas diariamente por jovens periféricos, refugiados e minorias em geral foram a base de trabalho do grupo Original Bomber Crew. “Tretas” da política, do patriarcado, do colonialismo e da batalha de breaking que geram embates pela sobrevivência. Os artistas criadores do espetáculo performam próximos ao público e acompanhados de uma sonoridade metálica, densa e urbana. A violência do Brasil e a realidade de corpos considerados descartáveis mundo afora são expressas nos movimentos com elementos do breaking e do hip-hop. A obra é um conflito, uma explosão, um ato premeditado para envolver o outro.
FICHA TÉCNICA | CONCEPÇÃO Allexandre Santos e Cesar Costa DIREÇÃO Allexandre Santos CRIAÇÃO E PERFORMANCE Allexandre Santos, Cesar Costa, Jave? Montucho?, Malcom Jefferson, Mauri?cio Pokemon e Phillip Marinho CONCEPÇÃO MUSICAL Ce?sar Costa e Jave? Montucho? COORDENAÇÃO TÉCNICA E DESENHO DE LUZ Jave? Montucho? FOTOGRAFIA Mauri?cio Pokemon ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA Humilde Alves DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Regina Veloso/CAMPO Arte Contempora?nea AGRADECIMENTOS Artur, Cleydinha, Nene?m, Fedo?, Jell, Pangu, Pangulim, WG, Gui Fontineles e Marcelo Evelin Obra elaborada em Teresina (PI) durante reside?ncias de pesquisa e criac?a?o na Casa de Hip Hop (2017 e 2018), Espac?o Balde (2018) e CAMPO Arte Contempora?nea (2017 e 2018)

***********************************
LIVE sobre violento. - Preto Amparo, Alexandre de Sena, Grazi Medrado, Pablo Bernardo
BELO HORIZONTE/MG, 2017 | 60min | CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 16 anos
O solo de Preto Amparo propõe a descolonização do olhar sobre corpo negro – isto é, uma mudança sobre essa leitura que, historicamente, ratifica violências. O espetáculo se apropria dessas violências como artifício estético e criativo para rasurá-las, perfurá-las e reconfigurá-las. Utilizando elementos como uma viatura policial de brinquedo, um saco de café e um pacote de pipoca, as cenas se desenham pelo percurso de um jovem negro na sociedade, atingido por abordagens policiais, pelo genocídio em curso e pela hipersexualização de seu corpo. Isso acrescido de elementos urbanos e ritos de passagens contemporâneos. Propondo um diálogo entre a ancestralidade e a vida do jovem negro urbano, o performer produz uma experiência que busca novas possibilidades de se pensar a estética negra no âmbito cênico, artístico e cultural.
FICHA TÉCNICA | ATUAÇÃO Preto Amparo DIREÇÃO Alexandre De Sena DRAMATURGIA Alexandre de Sena e Preto Amparo PRODUÇÃO Grazi Medrado REGISTRO EM FOTO E VÍDEO Pablo Bernardo
ILUMINAÇÃO Preto Amparo PREPARAÇÃO CORPORAL Wallison Culu/Cia Fusion De Danças Urbanas
ASSESSORIA DE TRILHA SONORA Barulhista

LIVE sobre ZOO - Macaquinhos
SÃO PAULO/SP, 2018 | 60min | CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 18 anos
Uma festa mal acabada, rastros de intimidade pelo espaço e trechos de uma suruba musical carregam o ambiente. O mais recente trabalho do Macaquinhos é uma instalação performativa que desencanta os zoológicos humanos realizados em países colonizadores da Europa durante o século 20. O coletivo continua sua pesquisa que fricciona corpo, política e os limites de linguagens estéticas contemporâneas e utiliza como provocação a pergunta "O que há de Norte em cada um de nós?". Convidado a criar o trabalho pelo Künstlerhaus Mousonturm e pelo Festival I*mpossible Bodies, na Alemanha, o grupo propõe uma experiência de ressaca colonial compartilhada entre performers e visitantes. É um ambiente sensorial carregado de cheiros e sons, um lugar para expectativas que questiona o que é doméstico e o que é espetacular.

FICHA TÉCNICA | CRIAÇÃO, DIREÇÃO E PERFORMANCE Andrez Lean Ghizze, Caio, Danib.a.r.r.a, Feliz, Kupalua, Luiz Gustavo, Marine Sigaut e Rosangela Sulidade ILUMINAÇÃO Helô Duran e Lucas Brandão
COLABORAÇÃO ARTÍSTICA Carol Mendonça, Elisa Liepsch e Kontouriotis PRODUÇÃO EXECUTIVA Corpo Rastreado COPRODUÇÃO Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt APOIO Programa de Residência Artística Obras em Construção, Casa das Caldeiras, Residência Artística Instituto Terra Luminous, Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo e Frankfurt LAB AGRADECIMENTOS Alessandra Domingues, Guilherme Godoy, François Pisapia, José Fernando Peixoto, Marcelo Evelin, Teresa Moura Neves, Yuri Tripodi e todxs xs participantes do Experimento Milgrau