Ocupação Rever 22 Traz Programação Diversa Nos Equipamentos Culturais Da Cidade

Ocupação busca repensar o Centenário da Semana de Arte Moderna de maneira descentralizada

 A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, leva ao público a programação da Ocupação Rever 22, projeto que busca investigar a Semana de Arte Moderna de 1922 a partir de um olhar descentralizado. O projeto está integrado à programação do projeto Modernismo 22+100 e traz shows, apresentações de teatro e outras intervenções culturais nos equipamentos culturais da cidade.

A Ocupação parte das ideias do modernista Mário de Andrade (1893-1945), figura central na elaboração da Semana, conhecido pela sua interlocução com as manifestações culturais populares, construindo uma produção fortemente inclusiva para os padrões da época.

Assim, a Ocupação Rever 22 se propõe a investigar a pluralidade da produção cultural em São Paulo hoje, traçando um diálogo entre as manifestações mais eruditas e as mais populares, pautando-se pela inclusão e pela e pela vocação da cidade como um território de cruzamento e mescla cultural de diversas origens, gêneros e camadas sociais.

A curadoria buscou selecionar artistas dispostos a realizar diversas ações culturais em equipamentos culturais da Secretaria Municipal da Cultura, nas ruas e em espaços alternativos. Dentre os artistas e coletivos que participam da Ocupação está o Slam da Guilhermina, tradicional competição de slam-poetry (poesia falada) que acontece nos arredores do metrô Guilhermina-Esperança. Eles se apresentam no dia 26, na Casa de Cultura Hip-Hop Leste.

Na programação destaque também para os artistas Guilherme Canto e Daniel Kfouri, que apresentam em vídeo-arte as suas experiências realizando oficinas de ação cênica para pessoas em situação de vulnerabilidade. O evento acontece no dia 30, no Centro Cultural da Penha.

Confira a programação completa:


Raphael Escobar, Flora Rebollo e Alice NM
Vozes da Rua
Data: 27/03 (domingo)
Local: Casa de Cultura do Butantã
Horário: 16h
Vozes da Rua é um vídeo construído junto aos frequentadores da Cracolândia em que declamam suas poesias e rimas pensadas sobre a região. Esses dizeres construídos a partir de conversas junto ao artista Raphael Escobar são declamado junto de uma cenografia resultado de um processo colaborativo também conta com uma cenografia resultado das oficinas das artistas Flora Rebollo e Alice Nakagawa Matuck.


Angelo Mundy
Quem Compõe? Laboratório de criação musical
Data: 29/03 (terça-feira)
Local: Casa de Cultura Campo Limpo
Horário: 19h
O projeto parte da questão "Quem compõe?" como uma provocação ao entendimento de que "compor músicas" é um ofício realizado apenas por pessoas de determinadas faixas etárias (acima de 18 anos) e que passaram por determinados estudos técnicos e teóricos. Outra maneira de colocar a mesma pergunta: por que não reconhecemos, em geral — e consequentemente excluímos —, crianças e jovens como seres criativos e capazes de intervir diretamente em nossa sociedade e cultura? Um dos principais eixos norteadores do trabalho é a pesquisa de Mário de Andrade, que chamou a atenção para a rica produção cultural realizada de modo autônomo e informal por criadores desconhecidos da mídia e da academia, por serem periféricos e não estarem inseridos no mercado. A ação será constituída por 2 encontros onde as pessoas participantes trabalharão conceitos e ferramentas musicais visando a composição de uma peça coletiva inspirada nas pequenas peças individuais criadas durante a ação.

TEATROS


Maria Emília e Maria Kubrusly
Mães e Filhas
Data: 26/03 (sábado)
Horário: 17h
Local: Teatro Alfredo Mesquita (Hall ou Estacionamento)
Uma história que será criada exclusivamente para esta ocasião, a partir da oficina de resgate da ancestralidade feminina “Mães e Filhas”, coordenada por Maria Emilia Kubrusly e sua filha Maria Kubrusly, na escola Angelina Maffei Vita.

Weka Jekupe
Show ETHNOKHAOSS
Data: 18/03 (sexta-feira)
Horário: 21h
Local: Teatro Cacilda Becker
ETHNOKHAOSS é um show de trap indígena que fala sobre a resistência dos povos originários, fazendo uma conexão entre o passado ancestral e os tempos modernos, denunciando e abordando temas, reflexões e críticas sobre problemas sociais que afetam a vida do indígena em geral.


CASAS DE CULTURA


Slam da Guilhermina
Slam da Guilhermina, mostra do processo Ciclo Formativo
Data: 27/03 (domingo)
Horário: 18h
Local: Casa de Cultura Hip-Hop Leste
Apresentação em vídeo do processo do Ciclo Formativo, onde novos slammers, educadores e público em geral, passaram por quatro encontros que foram trabalhados a escrita criativa, a expressão vocal, corporal e a performance. Em seguida ocorrerá uma batalha poética do Slam da Guilhermina entre os participantes e demais interessados.


CENTROS CULTURAIS

Leo Sombra
Oficina de câmera escura
Datas: 22/03 e 29/03
Horário: 10h às 16h (com intervalo de 1h para almoço)
Local: Centro Cultural Grajaú
A oficina mostrará um método arcaico de se construir uma câmera escura artesanal, imitando os primórdios da fotografia, revelando o resultado em bandejas de químicos preparados especialmente para os participantes. O resultado final será exibido em uma exposição em forma de varal com algumas imagens penduradas, e também serão exibidas algumas câmeras que foram usadas no processo.

 

Guilherme Canto + Daniel Kfouri
Vídeo-arte: Ação cênica para pessoas em situação de rua
Artistas-propositores - Guilherme Canto e Daniel Kfouri / Assistente cênica: Magda Crudelli
Data: 30/03 (quarta-feira)
Horário: 16h
Local: Centro Cultural da Penha - SP
O mundo contemporâneo nos cerca de imagens. Por vezes, até nos sufoca a ponto de esquecermos o que vimos ontem. O que pode manter viva em nossa memória ou a presença de uma história em nossos corações? A poética do nosso trabalho reside na dialética entre conteúdo e forma, para nós isso é ser pleno e sensível à realidade. Contamos a rica experiência das oficinas de ação cênica por meio de imagens retratadas em um vídeo-arte e uma performance poética, trazendo o encontro das artes cênicas e integrativas, com pessoas abrigadas em albergues ou em casas comunitárias, pessoas estas que já foram ou estão em situação de rua. Um retrato de uma experiência repleta de descobertas, trocas, exercício de cidadania e de pura poesia daquelas que movem moinhos.