Festa no Municipal

Em comemoração dos 454 anos de São Paulo, o Theatro Municipal programou três dias de festa com apresentações gratuitas de concertos sinfônicos e espetáculos de dança

O Theatro Municipal, considerado por muitos paulistanos o espaço cultural mais emblemático da cidade, reúne parte de seus corpos artísticos em três espetáculos que comemoram os 454 anos de São Paulo.

Abrindo as apresentações, a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta-se dia 25, às 11h. Em seguida é a vez do Balé da Cidade de São Paulo e do Corpo de Baile Jovem da Escola Municipal de Bailado, que se revezam no palco, dia 26, às 17h. Um concerto com a Orquestra Experimental de Repertório encerra os festejos, dia 27, às 11h.

A programação é gratuita e os ingressos para cada apresentação estarão disponíveis na bilheteria do teatro duas horas antes do início dos espetáculos.

OSM COMEÇA O ANO COM CARMINA BURANA
No dia do aniversário da cidade, 25, a Orquestra Sinfônica Municipal abre as apresentações comemorativas executando a cantata Carmina Burana, de Carl Orff.

Para o regente Mário Valério Záccaro, a obra-coral sinfônica foi escolhida como primeiro concerto do ano porque remete ao antigo conceito da roda da fortuna: “A idéia de girar nos traz, alternadamente, a boa ou a má sorte, e por essa razão considerei-a mais do que apropriada para um início de temporada”. Esse fato se evidencia com a participação do Coro que, no início e no final da composição, faz um apelo à Deusa da Fortuna para que a sorte lhe seja favorável.
Carmina Burana é uma expressão latina que significa Canções de (Benedikt)beuern. São composições medievais que foram encontradas em 1803 na abadia de Benediktbeuern, situada na região alemã da Baviera. Os versos profanos, muitos deles eróticos, louvando a alegria, o vinho e as mulheres, foram escritos pelos goliardos (uma espécie de monges e eruditos errantes da Idade Média). Carl Orff reuniu várias dessas canções para compor a sua cantata, que estreou em 1937.

O concerto do Municipal tem a participação especial dos solistas Sebastião Teixeira (barítono), Berenice Barreira (soprano) e Elder Savir (tenor).

| Dia 25, 11h. Grátis (retirar ingressos com duas horas de antecedência)

UM ANIVERSÁRIO DENTRO DE OUTRO
Se a capital, em 2008, completa 454 anos, sua companhia oficial de dança, o Balé da Cidade de São Paulo, comemora 40 anos de existência (foi fundada pelo prefeito Faria Lima em 7 de fevereiro de 1968). A diretora do grupo, Mônica Mion, promete festejar a data de maneira especial durante o transcorrer do ano. Como início, dia 26, reapresen-ta a coreografia de 2006: Onde está o norte?, de Mário Nascimento, com música do multiinstrumentista Fábio Cárdia, composta especialmente para esse balé.

Para Mônica, essa obra, que apresenta bailarinos dançando sobre um quadrado delineado no palco vazio, tem a cara de São Paulo: “Assim como os intérpretes se revezam em solos, duos, trios e outras formações, em situações que por vezes acontecem simultaneamente, a população paulistana também não pára, e cada um, dentro de sua esfera de atuação, procura o seu norte, a sua individualidade dentro da multidão”.

Na primeira parte do programa, o Corpo de Baile Jovem da Escola Municipal de Bailado interpreta o trabalho de Sandra Gomes, concebido especialmente para os 454 anos da cidade: Fragmentos de um poema urbano. Nele, 18 bailarinas interpretam uma coreografia que reflete os contrastes urbanos. Composta especialmente para esse trabalho, a música é interpretada ao vivo pelo próprio autor, Celso do Nascimento. 

| Dia 26, 17h. Grátis (retirar ingressos com duas horas de antecedência)

OER ENCERRA A FESTA COM CAPRICHO ESPANHOL E BOLERO
Conduzida pelo mineiro Juliano Suzuki, atual regente assistente do conjunto, a Orquestra Experimental de Repertório encerra, dia 27, a participação do Theatro Municipal na festa da cidade.

Iniciando o programa, as aberturas de duas óperas famosas: A força do destino, de Giuseppe Verdi, e Romeu e Julieta, de Tchaikovsky. Mas as duas peças mais aguardadas pelo público certamente serão Capricho espanhol, de Rimski Korsakov, e Bolero, de Maurice Ravel, ambas com forte influência dos ritmos ibéricos.

Em sua biografia, Korsakov diz que no primeiro ensaio do Capricho, ao término de cada um dos cinco movimentos da obra, era aplaudido freneticamente por toda a orquestra e, por isso, pediu aos músicos o privilégio de dedicar essa composição a eles.

Quanto ao Bolero, de Ravel, composta em 1928, tornou-se tão popular em todo o mundo que dispensa qualquer comentário. Até o próprio compositor se surpreendeu com sua repercussão, que rendeu variações de maestros importantes como Arturo Toscanini. No Brasil, por exemplo, seus acordes fazem parte até do calendário turístico do estado da Paraíba onde, na Praia do Jacaré, saxofonistas os interpretam para saudar o pôr-do-sol.

| Dia 27, 11h. Grátis (retirar ingressos com duas horas de antecedência)

Serviço: Theatro Municipal - Praça Ramos de Azevedo, s/nº - Centro. Tel: 3223-3022. Próximo da estação Anhangabaú do metrô.