Cia. dos Gansos questiona sensacionalismo na mídia

Os dramas pessoais têm ganhado, de modo geral, cada vez mais destaque na mídia. Em tempos de capitalismo selvagem e crescente individualismo, parece que, de alguma forma, certos veículos de comunicação optaram por apresentar determinadas atrações que exibem a vida de pessoas comuns, na tentativa de humanizar sua programação.

A criação de celebridades instantâneas e a confusão entre público e privado, reflexo da tual “sociedade do espetáculo”, servem de argumento para a leitura dramática Rei dos urubus, presentada pela Cia. dos Gansos a partir do dia 8 no Centro Cultural São Paulo.

Escrita por Leonardo Cortez e dirigida por Marcelo Lazzaratto, a peça se desenvolve em torno de um editor de televisão estressado enfrentando a baixa audiência de uma atração popular chamada Programa da família. Diante de uma equipe em conflito e contando com personagens que lembram caricaturas, a trama se torna tragicômica quando o editor é obrigado a incorporar ao grupo um jornalista recém-formado, sobrinho do dono da emissora.

Ao mesmo tempo em que o texto questiona o papel da imprensa, revela também o caráter corrompido dos protagonistas, envolvidos em mesquinhas disputas de poder. Além do autor, também estão no elenco Djair Guilherme, Daniel Dattori, Gláucia Libertini e Guilherme Jorge.

Serviço: Centro Cultural São Paulo – Espaço Cênico Ademar Guerra. Centro. De 8/2 a 23/3. 6ª, 21h30. Sáb., 21h. Dom., 20h. R$ 15. Dia 22/2, preço popular: R$ 1,90