Se hoje o grafite pode ser admirado em muros de importantes avenidas da cidade, estampar camisetas de grife e servindo de tema para propagandas publicitárias, algumas décadas atrás essa prática era considerada marginal e classificá-la como arte era algo impensável. A cultura da arte de rua percorreu um longo percurso e enfrentou diversos obstáculos, até chegar ao patamar em que se encontra hoje.

Personagem indispensável desse processo, o grafiteiro Binho Ribeiro é um dos pioneiros dessa arte urbana na América Latina e um dos principais nomes da street art mundial da atualidade.

No próximo dia 23, a partir das 15h, ele participa do projeto Diálogos no Centro Cultural da Juventude, falando sobre sua trajetória e questões de estilo e técnica.

Há mais de 20 anos envolvido com grafite, skate e hip hop, o artista tem uma das biografias mais completas do meio. Segundo ele, “desde o início, o grafite foi crescendo, surpreendendo, enriquecendo e se fortalecendo, até ser aceito por outras expressões artísticas”.

Binho começou como dançarino de break em 84; expôs pela primeira vez no MIS (Museu da Imagem e do Som) em 1991; e hoje é o editor da revista Graffiti, especializada no segmento.

Em meio a tudo isso, colecionou diversos trabalhos importantes: participou da Cow Parade; fez cenografia para os filmes O bicho de 7 cabeças, O magnata e Antônia; além de ter sido curador do projeto Olhar Nascente, painel pintado no túnel da Avenida Paulista em homenagem ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.

Binho One, como também é conhecido, é membro da Frente Nacional e da Comissão Estadual de Hip Hop e faz um trabalho de grafite tradicional ligado às ruas e ao hip hop, em que predominam letras, personagens e muita cor.

“Não gosto do grafite ligado às artes plásticas”, conclui o artista, que promete uma verdadeira aula.

Serviço: Centro Cultural da Juventude – biblioteca. Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641. Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte. Tel: 3984-2466. Dia 23, 15h. 50 vagas. Inscrições na biblioteca. Grátis