O artista plástico utilizou a melodia do compositor russo e as técnicas do teatro negro – desenvolvidas pela Imago Cia. de Animação, da qual é diretor – para colocar em cena personagens e situações descritos pela música.

Encenado pela primeira vez em 2001, o espetáculo volta a ser apresentado em homenagem ao centenário de morte de Korsakov. A base da montagem é a mesma, mas algumas alterações foram inseridas por Anhê, resultado de uma recente viagem ao Marrocos e sul da Espanha, onde conheceu de perto a arte mourisca presente em palácios e mesquitas.

Sheherazade foi uma das primeiras peças a integrar a série Música em Cena, da OER, que traz ao público composições eruditas cujos temas podem ser teatralizados. Além da peça de Korsakov, outra homônima, de autoria de Maurice Ravel e inspirada na obra do poeta francês Tristan Klingsor, também faz parte do programa. “Foi a forma que encontrei para valorizar o tema e colocar em cena a própria princesa árabe, interpretada pela soprano Cláudia Riccitelli”, revela o regente Jamil Maluf.

Por meio da técnica do teatro negro, em que objetos e bonecos pintados em cores fosforescentes parecem adquirir vida própria ao serem manipulados sob luz negra, o público poderá conferir, por exemplo, o naufrágio de uma navio e uma inusitada luta de espadas.

Serviço: Theatro Municipal de São Paulo. Centro. Dia 8, 21h. Dia 9, 11h. R$ 10 a R$ 15