Cordelista Pernambucano é convidado da Belmonte

Aproveitando a passagem do cordelista pernambucano Manoel Monteiro por São Paulo, onde participa da 20ª Bienal do Livro, a Biblioteca Temática em Cultura Popular Belmonte convidou o autor para comandar, em sua sede, um sarau poético, dia 15, às 9h. Na mesma data, às 15h, ele lança livro na Bienal.

Aos 72 anos, Monteiro relembra com saudade o seu primeiro encontro com a poesia. Foi um professor primário que, segundo ele, “era um contador de histórias talentoso e envolvia a platéia”, quem despertou no escritor a vontade de dividir as histórias que criava, quase sempre partindo de contos já famosos nas redondezas. “As pessoas gostavam de acreditar em histórias, de imaginar as cenas”, recorda o poeta, que cursou apenas até o terceiro ano do ensino fundamental.

Do início até os dias de hoje, passaram-se mais de 50 anos e, desde então, o pernambucano se tornou cordelista por opção e representante comercial, radialista, revisor, fabricante de calçados e até sindicalista, por força das circunstâncias. “Eu faço cordel por prazer, por alegria. Fiz meu primeiro folheto oficial em 1953, e nunca mais parei”, conta ele, que já soma mais de 100 folhetos ao longo da carreira.

Na Bienal, Monteiro lança o livro A espanhola inglesa, inspirado em um conto homônimo de Miguel de Cervantes que faz parte do livro Novelas exemplares. “Respeitei a estrutura de Cervantes até a metade, e depois comecei a criar a minha história, por isso, não posso dizer que é uma adaptação do conto do escritor espanhol”, explica o autor.

A paixão por narrativas é tanta, que Monteiro defende que o cordel seja considerado não apenas um desdobramento da história oral, mas um gênero literário. “É um ramo da literatura que flerta com o lúdico”, define.

Serviços: Biblioteca Pública Belmonte. Zona Sul. Dia 15, 9h. Grátis