Crítico Celso Sabadin dá curso sobre cinema mudo

Com o intuito de promover uma reflexão sobre as origens da arte cinematográfica, a Biblioteca Pública Roberto Santos convidou o crítico Celso Sabadin para ministrar, de 6 a 27, um curso sobre cinema mudo.

Seja por meio das imagens reproduzidas por projetores como o cinematógrafo dos irmãos Lumière ou o vitascópio de Thomas Edison, o cinema, que nascia no final do século 19, começava a arregimentar sua primeira legião de fãs.

Apesar dos constantes esforços dos inventores e produtores para criar uma máquina que unisse imagem e som, durante 30 anos os filmes realizados eram silenciosos. A única sonoridade ouvida nas salas de exibição era a da música ao vivo, geralmente de piano, que dava clima às cenas.

Com o intuito de promover uma reflexão sobre as origens da arte cinematográfica, a Biblioteca Pública Roberto Santos convidou o crítico Celso Sabadin para ministrar, de 6 a 27, um curso sobre cinema mudo. O jornalista explica que o objetivo dos encontros é desmistificar os preconceitos que existem em relação a esse tipo de produção. “Na cabeça da maioria das pessoas, o cinema mudo se restringe às comédias do Gordo e o Magro ou de Chaplin. Porém, com exceção dos musicais, todos os gêneros cinematográficos foram criados naquela época”, afirma.

Sabadin relembra que o cinema se estruturou como arte a partir do cinema silencioso. “O gênero mudo é a base de tudo. Quando as produções faladas surgiram em 1927, a indústria cinematográfica já estava estruturada”, conta. Ele também ressalta que essa forma de expressão artística é notável, já que nela todos os sentimentos e emoções são transmitidos somente pelas imagens. “É preciso ser muito bom para criar cenas e passar toda a essência da narrativa para os espectadores sem o recurso da fala”, diz.

As aulas serão ilustradas pelas projeções de trechos de filmes raros. Um deles é A chegada do trem na estação (1895), feito pelos irmãos Lumière na Estação de La Ciotat, na França. Uma das curiosidades dessa produção experimental foi o impacto que causou no público. Acreditando que o trem realmente sairia da tela, muitos espectadores correram para fora da sala de exibição ou se esconderam embaixo das cadeiras. Estão também na programação filmes como Viagem à lua (1902), curta-metragem de Georges Méliè; e O grande assalto ao trem (1903), de Edwin S. Porter, considerado o primeiro faroeste da história do cinema.

| Inscrições pessoalmente ou pelo telefone: 2273-2390. Biblioteca Pública Roberto Santos. Zona Sul. De 6 a 27. 2ª, 19h. Grátis