Mostra exibe documentários restaurados de B.J Duarte

Cinemateca Brasileira, Cine Olido e as Bibliotecas Viriato Corrêa e Roberto Santos promoverão as sessões

Convidado por Mário de Andrade, em 1935, para dirigir a Seção de Iconografia do recém-criado Departamento de Cultura de São Paulo, o fotógrafo e jornalista Benedito Junqueira Duarte percorreu as ruas para capturar imagens de uma São Paulo que rumava para a modernidade. Esses registros não se limitaram às fotografias. Munido de uma câmera cinematográfica, foi um dos pioneiros em realizar documentários sobre urbanismo e também sobre temas científicos.

Por meio de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Cinemateca Brasileira, parte desse acervo, composto de curtas-metragens, está sendo restaurada. Em comemoração do aniversário da cidade, dez títulos já digitalizados foram reunidos na mostra B.J. Duarte – O Caçador de Imagens. As sessões ocorrem em janeiro, a partir do dia 20, na Cinemateca Brasileira e nas Bibliotecas Públicas Viriato Corrêa e Roberto Santos (temática em cinema), e dia 25, no Cine Olido. 

Segundo Patrícia De Fillipe, coordenadora do laboratório de restauração, os curtas-metragens, de propriedade da Prefeitura e armazenados na Cinemateca, onde ela trabalha, precisavam ser preservados. “As produções, realizadas em 16 e 35mm, foram divididas em três lotes. A restauração do primeiro já foi concluída”, conta. Foram executados serviços de telecinagem e de digitalização para DVD, além de cópias de difusão. “O resultado pode ser conferido nesta mostra que proporciona um resgate da leitura da São Paulo do século passado, pois a cidade é vista, inclusive, de tomadas aéreas colhidas nos anos 40”, afirma a coordenadora.

Entre os curtas exibidos está Retificação do rio Tietê. Realizado entre janeiro e julho de 1940, o filme mostra o projeto de correção do curso do rio como solução para as enchentes e os últimos e pitorescos coletores de areia.

Ainda na última década de 1940, B.J. Duarte produziu dois documentários simultaneamente: Vistas aéreas da cidade e São Paulo, vistas da cidade. Curiosamente, o cineasta filmou, em preto e branco e em cores, cenas captadas praticamente do mesmo ângulo, e as montou separadamente.
Já em A metrópole de Anchieta, de 1952, o cineasta faz uma síntese da história de São Paulo a partir da ida de Martim Afonso a São Vicente até as imagens dos arranha-céus paulistanos da segunda metade do século passado.

Clique aqui para ver a programação completa.