Regente do concerto, o maestro Jamil Maluf diz porque fez questão de reunir os dois irmãos para essa apresentação. “Há tempos que eles queriam tocar juntos, e eu precisava encontrar uma peça em que a importância da viola fosse equivalente à do violino”. Segundo o maestro, Mozart consegue isso nessa obra de 30 minutos de duração, na qual coloca algumas de suas mais bonitas melodias. “Nessa partitura, os dois instrumentos estabelecem um diálogo de igual para igual e os outros componentes da orquestra também têm destaque”, conta. Por essa razão, o compositor austríaco a chamou de “sinfonia” e não simplesmente de “concerto”.
Foi o pai, o violista uruguaio Alejandro de León, que, percebendo que os filhos herdaram seus genes musicais, os encaminhou para a vida artística: primeiro a iniciação musical, em Portugal; e depois, no Brasil, as aulas com a família Fukuda; aperfeiçoamento em Israel; além dos diversos passos para a profissionalização. “Tem gente que diz que infância de artista é sacrificada”, diz Pablo.
“Eu não senti isso. Sempre me vi no meio de músicos, pessoas que tinham a vida parecida com a minha, e que, como eu, faziam do instrumento musical que tocavam o seu brinquedo favorito”, revela. A carreira artística, porém, exigia algumas precauções extras. “Além das horas diárias de estudo de música, tínhamos que tomar cuidado com algumas atividades que pudessem colocar em risco nossos dedos, como o basquete, o vôlei, o futebol e as corridas de bicicleta”, relembra Alexandre. Fora isso, segundo o violista, os dois tinham vida normal.
Jamil chama ainda a atenção para o peso da segunda parte do programa, quando a OSM executa a Quarta sinfonia, de Robert Schumann, uma das obras-primas do compositor alemão.
Serviço: Galeria Olido. Sala Olido. Avenida São João, 473 - Centro. Telefone para informações: 3397-0170. Dia 27, às 19h30. Grátis (Retirar ingresso com 1 hora de antecedência)