Artesanato paulista continua ciclo de debates sobre economia solidária

A iniciativa é da Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), em parceria com a Unisol Brasil, que visa articular ações para a criação de políticas públicas de fomento à economia popular

Por: Viviane Claudino

A Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE) deu continuidade ao ciclo de debates para a criação de uma rede de economia popular e solidária como estratégia de desenvolvimento com uma reunião realizada nesta quarta-feira, 8, com aproximadamente 50 pessoas, representantes do ramo do artesanato, em São Paulo.

A iniciativa da SDTE, que desenvolve o tema em parceria com a Unisol Brasil, faz parte do projeto Economia Popular e Solidária e Empreendedorismo como Estratégia de Desenvolvimento. O objetivo é promover discussões e articular ações para a criação de políticas públicas de fomento à economia solidária.

“Hoje existe cerca de um milhão de microempreendedores na cidade e qualquer política pública voltada para isso tem uma grande importância nas vidas dessas pessoas. Atuar com esse olhar na política de desenvolvimento econômico é uma novidade no município de São Paulo e estamos apostando nisso”, disse o coordenador do Desenvolvimento Econômico da SDTE, Luiz Barbosa de Araújo, ao destacar que o projeto também vai contribuir para a geração de emprego e renda.

A ideia agrada aos diversos atores envolvidos no desafio, que também inclui grupos para discussão nos setores de Agricultura Urbana, Cooperativismo Social, Confecção e Costura, Economia Criativa, Reciclagem, Segurança Alimentar e Nutricional e Turismo.

“A troca de experiência é muito válida porque ajuda a não repetir os mesmos erros e nos fortalece ao mostrar que não estamos sozinhos nas dificuldades. Sem contar que pode nos ajudar na comercialização e compra de material em conjunto, por exemplo, para melhor formação de preço. Queremos trabalhar cada vez mais dentro desse principio de economia solidária”, destaca a artesã e representante da Dali Cerâmica, Alice Brandle de Queiroz, que integra a rede e representa o coletivo de empreendimentos Mercosol.

A opinião também é compartilhada pela representante da ONG Ecotece Ivi Mimoto Rufino, ao sinalizar o fortalecimento dos pequenos empreendedores quando se trabalha em grupo. “É um trabalho mais justo e mais reconhecido. A formação em rede, com pessoas unidas falando a mesma língua, pode nos dar um respaldo e garantir mais acesso ao mercado, desenvolver uma comunicação comum com compradores e fortalecer uma negociação”.

A próxima reunião para o grupo de Artesanato ocorrerá no dia 28 de abril, às 10h, na Galeria Olido, Centro, e deve dar continuidade às discussões sobre Identidade e Valorização, Entidades de Apoio, Feiras e Eventos e Comercialização com Lojistas.

Entre as propostas discutidas nesta quarta-feira, 8, também estiveram o mapeamento e cadastro de artesãos paulistas, assim como das feiras e eventos importantes para o ramo do artesanato, uma análise sobre a capacidade produtiva e logística de produções feitas em rede, um levantamento sobre o marco legal no setor, além da criação de políticas públicas que facilite e fortaleça este trabalho de valorização do pequeno empreendedor.

“Quando se fala desses conceitos você dá força para que as pessoas vejam que elas podem ser valorizadas em relação ao trabalho que fazem e elas passam a exigir mais. Sem contar que aumentar a geração de renda, dentro dessas comunidades, significa ampliar o poder de consumo, o que é muito positivo”, finaliza Mimoto.

Participaram da reunião representantes do Ecoarte, Nutrarte, Associação Cultural Cariri, Giro Dez, Rede Marista, Reciclázaro, Projeto Tear, Instituto Ecotece, além das entidades de comercialização FUNAP, SUTACO, entre outros.

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