Especialistas debatem em seminário as perspectivas de trabalho aliado à educação na capital

Por: Solange Borges

Até o final desta quarta-feira, 22, o Novotel Jaraguá recebe palestrantes para o seminário Trabalho e Educação no Desenvolvimento da cidade de São Paulo, que foi aberto ontem pelo secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), Artur Henrique. O objetivo do encontro é discutir o trabalho como princípio educativo, fortalecendo assim as políticas públicas que contribuem para o desenvolvimento da capital paulista.

No primeiro dia de atividades, contribuiram com o seminário o economista Ladislau Dowbor e a professora de sociologia do Trabalho da Unicamp, Márcia de Paula Leite no debate “As políticas públicas como indutoras do desenvolvimento – o necessário projeto de educação”. O público também teve acesso a outras duas mesas com os professores Gaudêncio Frigotto, Denis Gimenez, a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Denise Dau e o diretor do Instituto Lula, Paulo Vannuchi.

Frigotto ressaltou a importância de repensar o que é oferecido aos jovens, exemplificando que, em nível mundial, estão ofertando oportunidades ruins a essa parcela da sociedade. “Tenho contato com muitos pesquisadores de outros países e o que se nota é a divisão desse grupo em dois tipos: uma minoria que perde o ‘couro’ para manter a vaga de emprego ou disputá-la e não vive a juventude; e uma maioria que é obrigada a se qualificar para uma economia que não é mais capaz de gerar trabalho suficiente para todos. É necessário trabalho para os jovens e tem que ser analisado uma carga horária menor e com valor agregado”, argumenta.

Analisando também os jovens, a secretária Denise destacou que na temática proposta “Trabalho como príncipio educativo: Desafios e perspectivas da cidade de São Paulo“, se faz necessário um olhar para a mulher, visto que há ainda desvantagens do acesso deste grupo ao mercado de trabalho e baixa escolaridade. “De forma geral, as relações de trabalho ainda estão impregnadas de preconceito e machismo. Quando analisamos dados da Fundação Carlos Chagas, apontando que 63% dos postos de trabalho exigem das mulheres o ensino médio ou superior e dos homens esse índice cai para 43%, entendemos que não há igualdade no mercado”.

Para Vannuchi, os espaços de formação ainda funcionam em torno de um modelo que não motiva o aluno a frenquentá-lo e não prioriza os debates em torno dos direitos humanos. “É necessário um modelo que foque as mudanças desde a tenra infância para formar cidadãos que terão mais respeito pelo semelhante e isso passa pelos direitos humanos. A cidade de São Paulo já mostra, desde o início da gestão do prefeito Fernando Haddad, a prioridade dada a esse tema e, certamente, isso refletirá em uma sociedade melhor”, conclui.

Serviço
Seminário Trabalho e Educação no Desenvolvimento da Cidade de São Paulo
Data: 22 de junho
Local: Novotel Jaraguá (rua Martins Fontes, 71 – Centro)
Inscrições gratuitas no local

 

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