Cidade de São Paulo recebe US$ 1,14 bi de investimento em ciências da vida humana

Mapeamento sobre as atividades econômicas da área estarão disponíveis em Portal para a implantação de novas políticas públicas

Texto: Isabela Meleiro

Um estudo encomendado pela Semdet – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho em convênio com o governo da região Île-de-France, e realizado pela Fundação Seade- Sistema Estadual de Análise de Dados, revelou que a cidade de São Paulo, entre 2000 e 2007, recebeu 30% de todo o investimento anunciado no Estado em atividades econômicas das ciências da vida humana, o que corresponde a US$ 1,14 bilhão. Nesse período, a capital paulista recebeu 58,3% de todas as aquisições em serviços médico-hospitalares, parcela alta em comparação ao segmento de equipamento, com 11,4%, e à indústria farmacêutica, com 7,4%.

Intitulado “Mapeamento das Atividades Ligadas às Áreas das Ciências da Vida Humana, Saúde e Biotecnologia na cidade de São Paulo”, o trabalho comparou, entre junho de 2008 e maio de 2009, as situações do país e do estado com a do município no setor. Foram mapeadas atividades, pesquisas científica e tecnológica, treinamento profissional, indústria de produtos e equipamentos, indústria de produtos farmacêuticos, serviços de diagnóstico e laboratório clínico e atendimento médico e hospitalar.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra, quando se fala em desenvolvimento de uma cidade, uma metrópole do tamanho de um país como São Paulo, há de se eleger prioridades. Para ele, a capital pode se potencializar ainda mais com relação ao Estado e ao país, desenvolvendo as partes menos estruturadas e reforçando os setores consolidados. “Devemos identificar atividades que podem gerar crescimento posterior”, afirmou.

Divulgação e moderação- Os dados encontrados no estudo impulsionaram o desenvolvimento de um Portal que terá atualizações da área e servirá como intermediador entre os interessados: hospitais, centros de diagnósticos, universidades e todos os agentes econômicos envolvidos, que poderão contribuir com dados específicos de cada setor, e ao mesmo tempo, fazer a utilização dessas informações. A prefeitura poderá, assim, notificar as demandas da cidade e ações de políticas públicas capazes de potencializar ainda mais o segmento.

Investimento- Tomando a mesma época como análise em São Paulo, o Seade constatou que, no segmento de equipamentos médicos no município, 59,2% da aplicação de capital foi de empresas alemãs, e no ramo farmacêutico, Alemanha e Estados Unidos responderam por 57%. Em contrapartida, os recursos de empresas de origem nacional nos serviços médico-hospitalares correspondem a 99,7%.

Em função da liderança em torno do complexo econômico de recursos humanos, com especialização em ciências da vida humana, 92,2% são voltados à prestação de serviços médico-hospitalares no município de São Paulo. Indústria e comércio respondem por 6,1%, seguidos pelos baixos índices de ocupações de ensino, com 1,3%, e pesquisa e desenvolvimento, com 0,5%.

Formação- Em dados de 2007, da Fundação Seade, MEC – Ministério da Educação e Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, o município de São Paulo expressa grande importância como centro formador no âmbito das instituições de nível superior, acolhendo 150 instituições, o equivalente a 24,1% do total existente no Estado. No ano em questão, elas ofereceram 1.942 cursos de graduação, cerca de 430 mil vagas, de um montante de um milhão de vagas abertas no estado, aproximadamente 42% da quantidade integral.

A cidade ainda computou 267 cursos nas áreas de ciências da vida humana, cerca de 14% do total de educação superior na capital, sendo 64.168 da rede privada e apenas 1.385 de instituições públicas. Na somatória, esse montante de vagas totalizava 39,4% do total de todo o Estado.

Conglomerado- Levando-se em conta apenas o Arco da Paulista, região central da cidade de São Paulo, o equivalente a menos de 1% do território municipal, e tendo como extremos os Hospitais das Clínicas e do Servidor Público Estadual, são: 40 hospitais com 9.800 leitos, 1.500 consultórios médicos, 508 unidades de atendimentos especializados e 116 de serviços de diagnósticos, e mais cerca de 3 mil vagas de residências médicas, ou 60,7% do total da capital, além de 12.228 vagas de cursos superiores voltados às Ciências da Vida.