Redação Revista Costura Perfeita
Se apenas duas mãos manuseando tecidos, linhas, agulhas e máquinas de costura podem realizar o sonho de um criador, imagine as possibilidades nas mãos de mais de 80 pares? É o sonho transformando vidas!
Nesta edição da Costura Perfeita, vamos conhecer uma iniciativa que reúne alguns pares de mãos que decidiram enfrentar os desafios do mercado e da vida formando uma grande família.
Antes de ligar a máquina, vamos alinhar alguns conceitos. A definição clássica de economia solidária trata de uma lógica de desenvolvimento sustentável que promove a inclusão social e o crescimento econômico por meio da geração de trabalho e distribuição de renda, preservando a integridade humana e o meio ambiente – motivação pela qual muitos projetos de grupos empreendedores solidários são confeccionados reutilizando materiais. É preciso coragem para repensar as coisas de forma não extrativista e exploratória, principalmente, do trabalhador. E, saibam, coragem é um dos sobrenomes desses guerreiros da costura.
Os valores e princípios que orientam as práticas da economia solidária podem ser resumidos em: cooperação, autogestão, solidariedade e ação econômica responsável. Ou seja, organizar coletivamente uma atividade econômica, em toda a sua cadeia de valor, de forma a garantir que o processo e os resultados – tangíveis e intangíveis – sejam distribuídos de forma equitativa, justa, valorizando o ser humano como sujeito político e finalidade da atividade econômica.
Em 2015, associaram-se vontade política, conhecimento técnico e a vocação cooperativista de grupos de costura de economia solidária e da Rede de Saúde Mental, para modelarem juntos a Rede Costura Solidária SP. A rede é um desdobramento do projeto “Economia Solidária SP como Estratégia de Desenvolvimento”, convênio entre a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE) e a Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol Brasil).
Começam a se entrelaçar esperança, competências e oportunidades. Foram criados os moldes das atividades, um regimento interno e comissões de rabalho, costurados em nove meses de encontros e reflexões. Em 4 de dezembro daquele ano nascia a rede Costura Solidária SP. Logo, surgiram projetos de brindes, ecobags, caisetas e, com a nova fase, novos desafios: ajuste produtivo, capacitação técnica, coordenação dos processos, comunicação, recursos mantenedores das atividades de base e, não podemos esquecer, o mercado. Seja participando dos editais de compras públicas, seja atendendo demandas de empresas e clientes, o importante é envolver e gerar oportunidades para todos.
Atualmente, participam diretamente 13 empreendimentos de costura e atividades relacionadas. São eles: Conkistart, Instituto Pivi, Amo Renda – Cecco Mocca, Agência Catu, Ideário – Rede Design Possível, Tecido Social, Pano pra Manga, Tear & Costura, Panos e Linhas – Teia de Trabalho, Arte Livre Expressão, Reaprendendo a Viver, Associação de Bordadeiras do Jardim Conceição e Cooperativa de Costura de Osasco (CCO).
A diversidade é bela! Aqui, tem de tudo um pouco: reutilização de banner, tapeçaria de carro e uniformes usados, bordado e tear manuais, pintura, confecção de uniformes e camisetas, personalização de produtos com serigrafa e outras artes. O caminho sinaliza para a criação de uma linha de produtos exclusivos e mais aprendizagem. Que tal fazer sua próxima encomenda com a Costura Solidária SP?
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