Mensagem do Secretário Artur Henrique

Por: Artur Henrique da Silva Santos

Quando assumi a Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, em 2014, agora também Segurança Alimentar e Nutricional, trouxe no meu discurso de posse uma frase que norteou toda a nossa passagem pela Prefeitura de São Paulo: “Luto por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”. Essa frase, de Rosa Luxemburgo, não por acaso é a epígrafe do livro que lançamos.

Essa é a melhor síntese do que tentamos fazer nos últimos quatro anos na cidade de São Paulo. Que essa foi a tentativa nos quase 14 anos que estivemos no governo federal. Só que mais do que isso, essa é a tentativa da história da CUT e do Partido dos Trabalhadores.

Essa é a tentativa da minha vida. Nesses mais de trinta anos de militância pude encontrar inúmeras pessoas e oportunidades que traduzem essa frase para a realidade. Uma realidade dura, é verdade; mas que nos enche os olhos diariamente, e nos faz ter espírito e força para lutar em todos os segundos das nossas vidas. Passamos por um período em que as classes dominantes dizem exatamente o contrário do que a Rosa Luxemburgo disse. Eles querem um mundo onde as pessoas sejam socialmente diferentes, humanamente iguais e nem um pouco livres.

E é dizendo o que eles querem, mostrando o que eles pensam que a gente se enche sim de esperança. Enquanto houver uma pessoa indignada com isso, há esperança. É por isso que aceitei o desafio de comandar essa Secretaria. E quero agradecer a todas as companheiras e companheiros da equipe por essa nossa experiência de democracia, de construção de políticas públicas; e, sobretudo a experiência de humanidade.

Essa cidade pode dizer que sai melhor em muitas coisas desse mandato. E a nossa equipe pode dizer isso muito mais. Aprendemos muito, vencemos e perdemos, mas acima de tudo pudemos trazer a mais valiosa virtude dos movimentos sociais, dos partidos políticos e dos sindicatos: nós vivemos a política. Todos nós entendemos que o nosso papel aqui não foi a nosso favor, ou a favor de um grupo de pessoas. Aprendemos na dureza das derrotas e na alegria das vitórias que a gente só muda o mundo a partir do momento em que as nossas práticas são verdadeiramente coletivas e solidárias.

E é por isso que tenho muito orgulho de dizer que aqui, nós nos olhamos nos olhos, e vivemos a vida pública não como um fardo, e sim na verdade daquele que talvez seja o mais precioso de todos os trabalhos: mudar a vida das pessoas que mais precisam.

E que esse é o trabalho que defendemos nessa gestão e nas nossas vidas. O trabalho visto como elemento que transforma a sociedade, e que só vale quando é coletivo e solidário. Porque, do contrário, seria um fardo, uma condenação. E conseguir transformar a experiência das pessoas foi o que mais nos fez capazes de trazer as transformações que conseguimos trazer para a cidade.

E digo isso porque não há uma grande política, um grande legado dessa gestão que não guarde relação direta com o trabalho. Foi assim nas experiências de participação social, do desenvolvimento em todas as suas vertentes, na redução das desigualdades de renda, de gênero, de raça, de orientação sexual, e principalmente na visão de que essa cidade, assim como todas as cidades do mundo, precisa ser feita para as pessoas.

Não há cidade para as pessoas sem a centralidade do trabalho para um modelo de desenvolvimento que seja igual para todos e todas. Não há cidade sem trabalho. Não há transformação social sem trabalho, e não haverá nenhuma grande vitória da humanidade sem o esforço das pessoas.

Por isso, enxergo esse como um momento de esperança. Porque o trabalho sempre existiu e sempre existirá. E todas as pessoas do mundo, por um minuto sequer, sempre o olharão de uma maneira diferente. Se nessa hora, as pessoas certas e os diálogos certos aparecerem, venceremos novamente.
Grande abraço! Juntos na luta, sempre!

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