Texto: Regina Ramalho
Aplicados e concentrados na aula de preparado do famoso prato típico da culinária francesa “Ratatouille” (Ratatui em Portugal) que serviu de inspiração para ilustrar o filme que conta a história de Remy, um ratinho que sonha em se tornar chefe de cozinha, os alunos demoram a perceber a presença da equipe de comunicação da secretaria (repórter e fotógrafo).
Os 46 estudantes (turmas tarde e noite) fazem parte do projeto Fábrica Gastronômica, parceria entre a Prefeitura de São Paulo, por intermédio da Semdet- Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, com o Sinthoresp – Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo, para capacitar profissionais para a função de ajudante de cozinha.
Roberto Carlos José, 38 anos, morador da Zona Leste, ficou sabendo dos cursos após ler a notícia na página da secretaria, no site da Prefeitura “Estou desempregado há mais de seis anos e antes de fazer o curso não sabia nem mesmo fritar um ovo”, afirma. “Por hora, utilizo os temperos para impressionar minha esposa, mas pretendo mesmo é terminar o curso preparado para conquistar uma oportunidade de trabalho na área de cozinha”, planeja.
Aplicado e com o apoio das facilidades encontradas nas novas tecnologias de comunicação disponíveis no mercado, José filma todas as aulas utilizando seu aparelho celular. “Não quero perder nem um segundo dessa experiência; então registro e guardo tudo”, disse o aluno.
A colega e vizinha de José, Edileusa Maria de Oliveira, 59 anos, desempregada há três anos; criou seis filhos, trabalhando como empregada doméstica e diarista em casas de família “Meu sonho é após o curso conseguir o meu primeiro emprego com carteira assinada”, conta Edileusa.
Para quem deseja fazer o curso e se aventurar dentro do universo da cozinha o professor do projeto Fábrica Gastronômica, Aiglon Viviani, lembra:
“Muitas vezes quem pensa que gosta, acaba desistindo logo nos primeiros meses de trabalho, por não ser nada fácil; são no mínimo cinco anos para apreender”, afirma. “Todo alimento é sagrado quando o profissional pega o gosto pela arte de cozinhar, todos os cuidados que envolvem o preparo são transformados em prazer”.
Expansão do mercado- “O mercado gastronômico têm-se expandido rápido e os profissionais interessados em permanecer na área vão ter que acompanhar as mudanças, coisa que não está acontecendo” desabafa a coordenadora pedagógica do Sinthoresp, Michele Alexandre dos Santos.
“Mas nem sempre é falta de vontade do profissional muitas vezes falta recurso para investir em qualificação e nesse ponto não teríamos como prosseguir sem o apoio do auxílio pago pela Prefeitura”, afirma Michele.
Os futuros ajudantes de cozinha são beneficiários do Programa Operação Trabalho, gerenciado pela Supervisão Geral de Qualificação da Semdet e tem por objetivo atender o munícipe desempregado e prepará-lo para o ingresso no mercado de trabalho. O curso possui duração de dois meses e meio e durante esse período os estudantes recebem auxílio no valor de R$ 357, por 20 horas semanais de atividades teóricas e práticas.
Quem participou- Pessoas a partir 18 anos de idade, inscritas nas unidades do CAT- Centro de Apoio ao Trabalho, desempregadas há mais de quatro meses, que não estavam recebendo o Seguro Desemprego, cuja renda familiar é até ½ salário mínimo per capta (por pessoa), residente no município de São Paulo há mais de 1 ano.
Conteúdo- Durante as aulas os estudantes aprendem a desvendar o mistério dos temperos, preparar comidas consideradas sofisticadas, os cuidados com a higiene pessoal e dos utensílios, a conservação dos pratos e ingredientes e a aproveitar ao máximo todas as partes das frutas, carnes, peixes e legumes. Além da postura correta no ambiente de trabalho como: trabalho em equipe e trato com as pessoas.
![Temperando o Amanhã](https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/temperando_dentro_1288962102.jpg)