Mulheres da Cultura Cooperativista foi tema da live alusiva ao Mês da Mulher na última quarta-feira (09)

Representantes de grandes cooperativas abordaram vivências das mulheres que atuam no setor, fortalecendo cada vez mais a presença feminina no ramo do cooperativismo

 A Prefeitura de SP, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo promoveu na última quarta-feira, 09 de março, a live “Elas Empreendem: Mulheres da Cultura Cooperativista”, que faz parte da programação “Lugar de Mulher é Trabalhando Onde Ela Quiser”. A iniciativa promove uma série de ações comemorativas, em razão ao Dia Internacional da Mulher, que se estendem ao longo de todo o mês, trazendo oportunidades de emprego e renda, qualificação profissional, bate-papos, feiras e oficinas. A transmissão foi transmitida ao vivo e está disponível na página no Facebook da SMDET.

A conversa foi mediada pela Flávia Costa, da Coordenadoria de Desenvolvimento Econômico, que iniciou sua fala apresentando o SP Coopera, um programa que fortalece cooperativas, promove estudos no setor, e conecta pessoas visando gerar empreendimentos na busca por promover igualdade, sustentabilidade e inclusão aos vulneráveis.

Em sequência a Carolina Carreira, formada em Tecnologia de Gestão Ambiental e Segurança do Trabalho, Diretora Financeira da Coopercaps, uma cooperativa de reciclagem que “assim como qualquer outro negócio gera emprego, renda e fomenta a econômica local”, pontua a convidada. Além de ter mulheres ocupando 80% dos cargos, “a cooperativa é imperada por mulheres em todos os cargos, mulheres pensantes e multifuncionais que fazem a nossa esteira girar”, relata Carol.

Dando continuidade ao bate-papo, a convidada Nívea Coelho, fundadora da Uniodonto São Carlos, abordou a importância da qualidade do serviço cooperativista em saúde bucal, pensando nas classes mais vulneráveis. A Uniodonto é a maior cooperativa odontológica do mundo, que conta com 113 cooperados qualificados, sendo 53 mulheres. “No cooperativismo odonto as mulheres têm voz. Não quero o espaço de homem nenhum, quero o meu espaço e o espaço das minhas dentistas”, pontua Nívea.

“A cooperativa tem o desafio de conectar pessoas e inserir a cultura empreendedora”, comenta Flávia, ao lembrar o histórico de falas machistas sobre mulheres em cargos de liderança. Ela menciona que não é possível falar de cooperativismo sem citar mulheres, negros, imigrantes e minorias, pois eles são toda a base desse sistema.

Carolina Carreira deu sequência lembrando que a unidade da Coopercaps localizada no bairro do Socorro, só trabalha com mulheres. Já a unidade de Paraisópolis só funciona com funcionários da própria comunidade. Em contrapartida, Nívea pontua a falta de dentistas negras no mercado, até mesmo nas universidades, e a necessidade de mais atendimento aos excluídos em todos os setores: “Conheço pacientes completamente desdentados, que nunca tiveram a oportunidade de sentar num consultório. Não basta somente a Uniodonto atender desde a elite até as pessoas marginalizadas”, frisa a convidada.

“Nós observamos muito as nossas funcionárias, e com isso descobrimos casos de abuso dentro do ambiente doméstico e no trabalho”, relata Carol ao ser questionada sobre o acolhimento de mulheres vítimas de violência.
Segundo ela, Coopercaps também coopera com suporte nesses casos, protegendo, denunciando e defendendo as mulheres.

As convidadas concluíram a conversa abordando suas experiências com reutilização de embalagens, e solicitando maior visibilidade para os catadores de lixo voluntários, e empreendedores manualistas, que geram grande impacto na multiplicação do cooperativismo sustentável, na inclusão da mulher no setor e no desenvolvimento econômico na cidade de São Paulo.

 

Por Giovanna Mencaster

 

 

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