Mutirão de emprego para pessoas com deficiência estimula perspectiva de futuro para o público

A Prefeitura de SP está promovendo nesta sexta-feira (21) processos seletivos para 200 vagas de emprego voltadas a cidadãos com qualquer tipo de deficiência

Com o objetivo de incluir a população com deficiência no mercado de trabalho, a Prefeitura de São Paulo realizou nesta sexta-feira, 21 de outubro, a 13ª edição do Contrata SP – Pessoa com Deficiência. O mutirão de empregabilidade é uma iniciativa das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e da Pessoa com Deficiência.

A edição ocorre até às 17h na unidade central do Cate – Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo. Diversas empresas estão oferecendo vagas de emprego para pessoas com deficiência e reabilitados do INSS. São 200 oportunidades nas áreas do varejo em empresas como Ultrafarma, Ayumi Supermercados, Sonda, Assai, entre outras. As vagas abertas são em cargos como balconista, caixa, estoquista, empacotador, operador de loja e outras, com salários que chegam a R$ 1.790. No período da manhã desta sexta, mais de 100 pessoas já haviam passado pelo atendimento e iniciado seus processos seletivos.

O evento contou com a participação da secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso, e da secretária em exercício, da Pessoa com Deficiência, Dika Vidal, que visitaram o Cate Central. Aline Cardoso destaca as possibilidades impulsionadas pela Prefeitura: “Existe uma lei que garante cotas de vagas de emprego para pessoas com deficiência nas empresas. Em alguns casos 2% das vagas, em outros 5%. São Paulo tem o potencial de empregar mais de 150 mil pessoas com deficiência, mas, pelos nossos cálculos, só metade dessas vagas são ocupadas. A gente espera que vocês consigam ocupá-las. Hoje, nós temos mais de 200 vagas, mas ao longo desses 13 mutirões já trouxemos mais de 12 mil”, salienta.

No local, os candidatos com deficiência auditiva e surdos contaram com intérpretes de Libras e suporte da CIL - Central de Intermediação em Libras da Prefeitura de São Paulo. O público também pôde participar de oficinas sobre mercado de trabalho com dicas sobre currículo e comportamento em processos seletivos. As atividades são desenvolvidas pela equipe do programa Elabora, da Fundação Paulistana, também ligada à administração municipal.

Os participantes, que se candidataram às vagas de emprego no Cate, compartilharam suas visões sobre o impacto social de ações como esta. Eduardo Costa, que possui dificuldades com a mobilidade, falou do impacto do Contrata SP – Pessoa com Deficiência nessa parcela da população. “Pessoas com deficiência muitas vezes não vão atrás de vagas a menos que esteja anunciado de forma específica que são para elas. Muitas vezes ficamos retraídos, pensamos que não temos capacidade de competir com as pessoas sem deficiência no mercado de trabalho. Aqui, a sensação de confiança é muito maior, as empresas já sabem que nós somos PCDs, o medo de rejeição não é tão grande. Eu adoraria ver eventos assim acontecendo cada vez mais, abrir espaços para que haja oportunidades para todo mundo”.

Já Gilberto de Oliveira, sobrevivente de um acidente vascular cerebral há mais de dois anos, contou sobre sua experiência e por que decidiu participar do Contrata SP. “Estou há muitos anos desempregado e inativo no mercado de trabalho. O primeiro lugar em que eu vim procurar emprego desde que tive o AVC foi aqui. Eu vi na televisão de manhã que estavam contratando pessoas com deficiência e vim correndo. Achava que não ia mais conseguir emprego nenhum, mas quando soube que estava tendo esse evento eu me senti motivado. Estou muito confiante”.

A candidata Carmen Condes da Silva, que é autista, explica que “É muito importante priorizar as PCDs, valorizar as habilidades e promover inclusão, para que possamos nos desenvolver, ter participação e voz ativa na sociedade. Ao longo de toda a minha vida encontrei inúmeras barreiras, desde a educação básica, em todos os sentidos. Pessoas neurodivergentes, especialmente autistas, têm outro entendimento do mundo”.

Para ela, o trabalho não termina com a contratação. “Além de contratar, é necessário conscientizar os demais funcionários, ter um cuidado com o bem-estar daquelas pessoas que foram contratadas, se esforçar para entender o universo delas. Só assim pode haver a verdadeira inclusão. Para incluir aqueles que não se comunicam através da fala, o aprendizado da linguagem de sinais é essencial. Se todo mundo que está naquele ambiente não sabe se comunicar com a pessoa, o mundo continua inacessível para ela”.

Elié de Oliveira Santos, por meio de um dos intérpretes, disse que percebe que nos últimos anos houve uma melhora na acessibilidade no mercado de trabalho. Antes, havia barreiras arquitetônicas, falta de acessibilidade e de intérpretes. No Cate, segundo ele, o acesso é bem mais fácil e está confiante, acredita que no futuro irá melhorar ainda mais.

13ª Edição do Contrata SP - Pessoa com Deficiência
Data:
21/10
Hora: 8h às 17h
Local: Cate Central
Avenida Rio Branco, 252, Centro
Documentos: RG, CPF, carteira de trabalho (que pode ser a versão digital), cópias de currículo e laudo médico

 

 Por: Camila Sales Machado

 

 

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