Prefeitura de SP realiza Oficina do Mercado de Trabalho sobre a área da saúde para estimular o crescimento do setor

A série de oficinas do Observatório do Trabalho apresenta dados para auxiliar os funcionários do poder público na elaboração de políticas públicas

Na terça-feira, dia 13 de junho, o Observatório do Trabalho, da Prefeitura de São Paulo, realizou uma oficina online (via Teams) com servidores públicos de diversos órgãos para apresentar as análises de dados sobre emprego, renda e formação na área da saúde. O objetivo é dar suporte à formulação de políticas públicas e atuação conjunta entre as diversas secretarias do município para dar continuidade ao crescimento do setor, que vem se intensificando desde 2020.

Ao longo das duas horas de oficina, a equipe mostrou os dados coletados por diversas instituições de pesquisa e os participantes puderam debater sobre desafios e perspectivas. “As atividades do Observatório do Trabalho proporcionam aos funcionários o acesso aos nossos dados, abrindo espaço para o compartilhamento de informações, dúvidas e experiências. Isso ajuda a integrar, capacitar os órgãos e secretarias municipais, possibilitando a elaboração de políticas públicas mais eficientes e efetivas”, destaca a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

Antes mesmo da pandemia do coronavírus em 2020, o número de pessoas ocupadas em atividades econômicas relacionadas à saúde humana apresentava tendência de crescimento, tanto no município de São Paulo quanto no país. Na capital, entre o terceiro trimestre de 2019 e o de 2021, houve aumento de cerca de 100 mil pessoas ocupadas nessas atividades (de 624 mil para 725 mil), com pequeno recuo em 2022 (696 mil).

A categoria também sempre apresentou alto índice de formalização (trabalho com carteira assinada, no modelo CLT), muito devido às exigências e normas para estas profissões, consideradas de grande responsabilidade e risco. Dessa forma, a taxa de informalidade dos profissionais da saúde continua sendo relativamente baixa, com 11,2% no terceiro trimestre de 2022 – número inferior aos 27,4% do total das atividades do município.

Dentre as ocupações com maior número de vínculos na saúde, vale mencionar o aumento de 37,1% na de técnico de enfermagem e de 21,3% na de enfermeiro, entre 2018 e 2021. Por outro lado, embora a ocupação de auxiliar de enfermagem fosse, em 2021, a quarta que mais emprega, houve redução de 15,6% desde 2018.

O Observatório também faz a análise da distribuição espacial dos vínculos de emprego formal nas atividades relacionadas à saúde. Dessa forma, é possível entender os polos que concentram as unidades, instituições e, consequentemente, os empregos na área.

Em 2021, percebeu-se o aumento do aglomerado na região central/sul do município, formado por oito distritos (Bela Vista, Vila Mariana, Jardim Paulista, Liberdade, Consolação, Itaim Bibi, Ipiranga e Moema), comparado a sete observados em 2018. Por outro lado, na região leste havia três das chamadas “ilhas produtivas” em 2018 (Cidade Tiradentes, Parque do Carmo e Sapopemba), que diminuiu para apenas uma em 2021 (Parque do Carmo).

Além disso, a oficina discutiu a formação profissional em saúde no município de São Paulo. Com relação às matrículas em cursos de educação profissional de até nível médio, baseado nos microdados disponibilizados pelo INEP (Censo Escolar), foi possível fazer a comparação apenas entre os anos de 2018 (do estudo original) e o de 2020. Foi constatado crescimento 7,8% no período analisado, sendo a grande maioria no curso de enfermagem, que contava com mais de 20 mil inscritos em 2020.

Já em relação às matrículas nos cursos de nível superior, no município, foi possível atualizar para o ano de 2021 (Censo do Ensino Superior). A graduação com maior número de matrículas em 2021 foi o de Psicologia (com mais de 34 mil inscritos), superando o de enfermagem, que liderava em 2018. No que diz respeito ao crescimento e queda das matrículas, enquanto os cursos de gestão hospitalar receberam o maior aumento em matriculados – de 98,4%, quase dobrando em volume durante período de três anos –, o serviço social foi o que apresentou maior queda (menos 8,3%).

Por último, também entraram em debate os avanços tecnológicos e o futuro das profissões no setor, sobretudo perante o cenário de automação e digitalização. A conclusão dos principais estudos é que o trabalho na saúde não é muito automatizável. Neste segmento, o contato humano, o trato e o cuidado possuem um papel indispensável. Algumas tarefas, porém, podem e tendem a ser automatizadas – por exemplo, já se observa o uso de bancos de dados e inteligência artificial na realização de diagnósticos, classificação de imagem, entre outros.

Os dados completos deste e de outros estudos do Observatório do Trabalho podem ser consultados acessando o site.

 

 

 

 

Por Camila Sales Machado 

 

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