Programa Redenção conta com oito cozinhas experimentais para dependentes químicos em situação de vulnerabilidade

Investimento de mais de R$ 580 mil permite que alimentos que seriam descartados sirvam para capacitação profissional e consumo, além de cursos de panificação, confeitaria, lancheteria, salgadeiro, entre outros.

 

O Programa Operação Trabalho - POT Redenção da Prefeitura de São Paulo, administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, atuante com frentes de trabalho e capacitação profissional, agora conta com formações na área da gastronomia oferecidas aos participantes. As aulas ocorrem em cozinhas experimentais disponíveis no SIAT - Sistema Integrado de Acolhida Terapêutica. Nestes espaços, os beneficiários em situação de vulnerabilidade e risco social, com necessidades decorrentes do uso de crack e outras drogas, aprendem a fazer as próprias refeições.

“Os beneficiários do POT Redenção são acompanhados por equipe multidisciplinar que busca auxilia-los na reinserção social e, sobretudo, prepara-los para a volta ao mercado de trabalho. A cidade de São Paulo que tem entre suas vocações a gastronomia, tem vasto campo de atuação e pode ser uma opção de geração de renda para essas pessoas, seja pelo mercado formal ou pelo empreendedorismo. Junto a essa formação, agregamos o trabalho intersecretarial que visa o combate ao desperdício de alimentos, mostrando meios de preparo de uma alimentação saudável com o uso integral dos itens coletados nos serviços da Prefeitura”, explica a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

Ao todo, foram investidos R$ 580 mil entre reformas, aluguéis e equipamentos de para implementação das cozinhas experimentais. “As cozinhas também possibilitarão a formação de empreendimentos coletivos com o andamento da formação dos beneficiários. É um importante avanço nas ações oferecidas e que já resultaram, nos últimos 12 meses, em 60 inserções no mercado de trabalho formal e outras 185 no mercado informal”, explica o diretor de Qualificação Profissional da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Rodrigo Medeiros.

Para Alex Carlos Santos, 39 anos, que integra o POT Redenção, as atividades de gastronomia, assim como as demais capacitações oferecidas pelo programa, auxiliam os participantes a terem novas perspectivas. “Essa ação tem me dado foco e direção, é uma somatória para eu poder concluir meus projetos de vida. Já fiz algumas fases do ciclo de culinária com aulas práticas e teóricas, que dão o subsídio para avaliar se há identificação com a atividade. Estou gostando muito da parte de panificação e se eu me sair bem, pretendo seguir nesse ramo”, relata.

As atividades de reaproveitamento total de alimentos são possíveis graças às parcerias com feiras livres nas cinco regiões do município atendidas pelo POT Redenção.

Ampliação

O POT Redenção atualmente conta com 974 beneficiários e já passaram pelo programa um total de 2.418 pessoas, desde seu início em 2019. Os participantes também se encontram em tratamento nos equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS. Nos últimos 12 meses 118 beneficiários retornaram ao convívio familiar e 162 conseguiram moradia.

Em maio deste ano houve ampliação do número de vagas oferecidas no programa para 1.000, além de reforço nas estruturas de atendimento com mais dois novos pontos, totalizando oito sedes do POT Redenção . Atualmente, os beneficiários contam com unidades no Centro (Glicério, Bom Retiro e Barra Funda), Penha e Ermelino Matarazzo, na zona leste, Brasilândia/Freguesia do Ó, na zona norte, Heliópolis/Ipiranga e Campo Belo, na zona sul.

Além da capacitação na área da gastronomia, o POT Redenção oferece as seguintes modalidades de frente de trabalho: higienização e limpeza, paisagismo e revitalização, horta e compostagem, serviços e reparos, reciclagem, construção de mobiliário com reutilização de madeira, construção de luminárias, confeitaria, panificação e auxiliar de cozinha. As ações envolvem orientações de empreendedorismo e para o mercado de trabalho.

Os beneficiários contam ainda com processos seletivos periódicos realizados pelo Cate - Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo. Foram contabilizados no último ano 467 envios de currículos, 187 participações em processos seletivos e 140 encaminhamentos para escolarização.

Ao integrar o POT Redenção cada beneficiário conta com uma bolsa-auxílio no valor de R$ 923,95 por quatro horas diárias, totalizando 20 horas semanais. A carga horária é distribuída em frente de trabalho, capacitação técnica e formação pessoal e cidadã. O participante pode ficar por até dois anos no programa.

O POT Redenção tem como gerenciadora a Fundação Porta Aberta, selecionada por meio de edital. A equipe técnica composta por 130 profissionais, dentre eles agentes de ação social, educadores técnicos, assistentes de coordenação/psicólogos, assistentes sociais, psicólogo, assistentes de serviços gerais, técnicos administrativos, supervisões institucional, administrativa e pedagógica e coordenações geral, administrativa e pedagógica.

Programa Redenção

Instituído pelo Decreto Municipal n° 58.760, no âmbito da Política Municipal sobre Álcool e outras Drogas, Lei Municipal n° 17.089, de 2019, é uma política pública da Prefeitura de São Paulo que envolve ações integradas de atenção à saúde, reinserção social e capacitação profissional como estratégias para o tratamento de dependentes químicos que fazem o uso abusivo de álcool e outras drogas e que estão em situação de vulnerabilidade ou risco social.

Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica – SIAT

Engloba as ações integradas entre equipamentos e serviços, com o objetivo de prestar atendimento a indivíduos e famílias que fazem parte do público-alvo do Programa Redenção da Prefeitura de São Paulo. Este serviço está subdividido em três categorias a depender do nível de autonomia do beneficiário acolhido, sendo eles voltados a abordagem (SIAT I), acolhimento temporário (SIAT II) e tratamento e profissionalização (SIAT III).

 

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