“Betinho – a esperança equilibrista” conta a história comovente do sociólogo e ativista Herbert de Souza, conhecido como "Betinho", que lutou no Brasil em diversas frentes durante a sua vida: opôs-se à ditadura civil-militar e foi exilado político. Ao regressar, em 1979, iniciou campanhas contra a fome, pela reforma agrária e, mais tarde, para conscientização da AIDS e em defesa dos direitos dos portadores do vírus HIV. Betinho adquiriu a doença em 1986, por meio de transfusão de sangue.

Irmão do cartunista Henfil e do músico Chico Mário, todos hemofílicos, Betinho sobreviveu à doença, à tuberculose contraída aos 15 anos e à clandestinidade política. Foi homenageado na música "O Bêbado e o Equilibrista", sucesso na voz de Elis Regina, nos versos “Meu Brasil / que sonha com a volta do irmão do Henfil / com tanta gente que partiu".

O documentário conta com imagens históricas, como a chegada de Betinho do exílio, e entrevistas com pessoas próximas a ele, como sua segunda esposa Maria Nakano, os companheiros de luta Átila Roque (atual diretor da Anistia Internacional), Cândido Grzybowski e Carlos Afonso (ambos do Ibase), além de figuras notórias, como o compositor Chico Buarque.

Segundo o diretor do filme Victor Lopes (de “Serra Pelada – A Lenda da Montanha de Ouro” e “Língua – Vidas em Português”), Betinho “tem todos os arquétipos de um herói. E boa parte dos heróis nacionais são atletas ou artistas. O Betinho é um personagem central, para mim no nível de Gandhi ou Mandela, pois realizou coisas concretas, como o combate à Aids e o programa de erradicação de fome”.

“Betinho – a esperança equilibrista” será exibido neste sábado (20/2), às 11h, no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca, e também na quarta-feira (24/2), às 19h, no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. A entrada é franca nas duas sessões.