Dia 29 de agosto foi estabelecido como o Dia da Visibilidade Lésbica para que as muitas e muitas mulheres homossexuais brasileiras - em torno de 9 milhões! - sejam vistas como um grupo diferenciado e autônomo. Talvez por conta da discriminação que todas as minorias sofrem, talvez por serem mais discretas que gays e transgêneros, as lésbicas costumam ser invisíveis para a sociedade e os meios de comunicação.

É muito comum que se pense apenas em gays quando se fala em “homossexuais”, até mesmo quando se critica. Em programas de televisão que perguntam à população, por exemplo, o que acham de adoção por homossexuais, a resposta sempre presume dois homens, não duas mulheres. Há dois livros infantis que mencionam dois papais, mas nenhum único em todo o universo da literatura brasileira que mencione duas mães!

O mesmo acontece com casamento homossexual, relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, locais GLS: os homens estão na mente das pessoas quando se referem a homossexuais, os(as) transgêneros incluídos(as) quando se fala de minorias, mas raramente as lésbicas.

É por esta razão que o Dia da Visibilidade Lésbica é necessário, quando as mulheres que são lésbicas mostram-se em todas as suas cores e multiplicidades. Dia 29 de agosto, dia de ser ver como há tantas mulheres que amam mulheres.

São Paulo é a capital brasileira da diversidade, ninguém duvida. Além da maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, nossa capital mostra uma incrível variedade de locais para mulheres e homens homossexuais e transgêneros se encontrarem, dançarem, baterem papo, caírem na balada. A terra da garoa, dos bares e dos restaurantes é múltipla e diversa em suas opções, e é aqui que muitos sentem uma melhor acolhida e proteção contra o preconceito.

São Paulo é ainda a capital da cultura, a megacidade onde tem sempre alguma coisa acontecendo, algo sendo exibido, alguém diferente se revelando. Gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros produzem mais filmes, vídeos, arte de rua, arte de galerias, vitrines, e livros do que em qualquer outra parte do país.

E é aqui que vai ocorrer, nesse espírito de diversidade, uma comemoração ao Dia da Visibilidade Lésbica também múltipla e variada.

Por Hanna Korich, editora e conselheira municipal da diversidade sexual