Livro inspira Comissão de Direitos Humanos no combate à violência

Em uma iniciativa de combate à violência, o ex-ministro da Justiça e atual presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos, José Gregori, organizou um encontro informal com o jornalista Bruno Paes Manso, escritor do livro "O Homem X - Uma Reportagem Sobre a Alma do Assassino em São Paulo". No livro, Manso analisa a ação e o discurso dos assassinos da capital, revelando como a 'indústria' criminal se organiza na região.

A iniciativa de realizar este encontro surgiu da percepção de que faltam informações para direcionar as ações de combate ao crime organizado, enfocando aspectos como tráfico de armas e de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção policial.

Manso não só respondeu as perguntas feitas por José Gregori, como também explicou a diferença do tráfico de drogas entre São Paulo e Rio de Janeiro. "Aqui em São Paulo, o traficante geralmente é dono dos próprios negócios. No Rio, ele é empregado de uma grande facção, como o Comando Vermelho", diferencia o jornalista.

O jornalista explicou que a facção criminosa PCC surgiu em 1993 no contexto de São Paulo ser palco de uma guerra desorganizada. Em sua opinião, a força que o PCC tem hoje é o reflexo da desordem do passado. De acordo com "O Homem X", o grande momento da facção foi quando Marcola assumiu o tráfico de drogas. "Foi a transição do crime organizado, que se expandiu pelo tráfico", afirma o jornalista.

O presidente José Gregori propôs alianças com o Ministério Público e órgãos civis, como o DENARC (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) e o DEIC (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), além de inserção de projetos educacionais nas periferias, nos quais fossem discutidos os direitos humanos.

De acordo com Gregori, os projetos nas periferias devem ser fundamentados pelos direitos humanos, a fim de ajudar na busca da identidade do indivíduo - como as oficinas de Hip Hop - , além de difundir meios para que todas as classes sociais sejam atingidas. "O novo governo terá um diferencial e a prioridade será o combate à violência", afirma o presidente da comissão.