Por Aline Riccioppo e Juliana Caleffi

O "Gira São Paulo", evento que a Secretaria Especial para Participação e Parceria promoveu, por meio da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (CADS), para celebrar os 453 anos da cidade de São Paulo, reuniu na última quarta e quinta-feira cerca de 500 pessoas entre as atrações oferecidas na Galeria Olido, no Vale do Anhangabaú e no Espaço Os Satyros I e II.
O evento, que teve uma programação cultural voltada especialmente para o público GLBTT, abriu a comemoração para o aniversário da "cidade mais gay do Brasil" na noite do dia 24, com a apresentação da peça "Réquiem para um Rapaz Triste", abordando a diversidade sexual em pleno centro de São Paulo.

Durante a madrugada, o público dividiu-se entre peças de teatro no Espaço Os Satyros I e II e filmes no Cine Ponto Zen, aberto especialmente para o evento. No Espaço Os Satyros foram apresentadas peças como "Filosofia na Alcova", texto adaptado do original de Marquês de Sade, e "Depois da Chuva", de Julio Carrara, entre outros.

A Mostra Audiovisual exibida no Cine Ponto Zen, contou com importantes nomes do cinema amador brasileiro, como Eduardo Mattos e Daniel Ribeiro - vencedores do Show do Gongo de 2005, com o curta-metragem "A outra filha de Francisco" -, Lufe Steffen - diretor de "Meu namorado é michê", que venceu o último Prêmio Porta-Curtas da Petrobrás -, entre outros.

Na tarde do dia 25, na sala de cinema da Galeria Olido, mais uma Mostra Cinematográfica marcou o evento, só que dessa vez para Surdos Gays, com apresentação de filmes brasileiros envolvendo deficientes auditivos homossexuais.

A Exposição "Roupa de Drag", que teve início às 16 horas, não deixou a desejar, chamando a atenção de casais heterossexuais, crianças e idosos. A exposição foi composta por aproximadamente 35 peças das famosas  Drag Queens da noite paulistana, Sarita Montiel, Nana Vogel, Nany People, Silvetty Montilla, Kaká di Polly e Miss Biá, Salete Campary e Léo Áquila.

A Galeria também foi palco das duas Rodas de Conversa que abordaram temas pertinentes ao segmento. A primeira, mediada pelo sociólogo João Athaíde, tratou de "Movimentos Culturais GLBTT Urbanos", relatando a convivência da sociedade com a comunidade e suas questões. Para João Athaíde, o que mais surpreendeu foi a grande rotatividade do público GLBTT durante o evento. "Gostaria de agradecer as mídias direcionadas, Mix Brasil e Gonline pelo apoio e divulgação das atividades do Gira São Paulo, que possibilitou também o contato da população em geral com o segmento, o que contribui para diminuir o preconceito e promover a inclusão de comunidades marginalizadas".

A segunda Roda de Conversa, abordou o tema "Cultura e Mídia GLBTT", com o histórico da visibilidade dada pela mídia ao restante da sociedade e foi mediada pelo jornalista Ferdinando Martins. Questionado sobre as comemorações ele diz que "foi incrível perceber a mobilização das pessoas. Às seis horas da manhã havia fila para entrar no Satyros".

As duas mesas foram compostas por convidados importantes como o escritor João Silvério Trevisan, os jornalistas Marcelo Bonfá, a performer Cláudia Wonder e a colunista da G Online Yáskara Guelpa.

A programação do "Gira São Paulo", com 24 horas de eventos voltados ao público GLBTT paulistano terminou com grande aprovação da mídia e do público. Para a organização do evento o resultado foi bastante positivo. "A cultura é um meio de comunicação eficaz com o público GLBTT e, com essas ações, a CADS consegue realizar seu objetivo maior de promoção da cidadania e defesa dos direitos humanos", afirma Cássio Rodrigo, Coordenador Geral da Diversidade Sexual.