Cads realiza capacitação e sensibilização à Polícia Militar

Cads

Dando continuidade ao projeto de combate a homofobia a  sensibilização da segurança pública paulistana a Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual – Cads em parceria com a Associação da Parada GLBT de São Paulo (APOGLBT) esteve na última quarta-feira, dia 28 de fevereiro, no Comando de Policiamento de Área da Região Central de São Paulo.

O encontro entre a entidades e a Polícia Militar teve como intuito sensibilizar e capacitar  os 80 comandantes da guarda no trato ao público GLBTT, assim como  vem sendo feito há algum tempo com a Guarda Civil Metropolitana, GCM.

Cássio Rodrigo de Oliveira Silva, coordenador geral apresentou a coordenadoria e os palestrantes , e explicou que a CADS foi criada para defender e proteger a comunidade, com base na Declaração Universal de Direitos Humanos que em seu artigo 3º garante que “Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. Assim a CADS tem como objetivo atender as necessidades dos segmentos GLBTTs, garantindo a promoção da cidadania e o combate ao preconceito e a discriminação.

Para Dimitri Sales, assessor juridico da CADS e do Centro de Referência em Direitos Humanos e Combate a Homofobia, que também falou sobre direitos humanos, a diversidade sexual é um tema novo para a sociedade e  todos nós temos preconceitos. A questão é onde esses preconceitos estão guardados. “Precisamos enxergar as pessoas como elas querem ser vistas e não segundo nosso julgamento, dando-lhes o direito à visibilidade”, afirmou.

Gustavo Menezes, que falou em nome da Associação da parada do Orgulho GLBT de São Paulo, que reúne hoje cerca de dois milhões de pessoas no mês de junho na Avenida Paulista (número este que há dez anos não passavam de 300), demonstrou como deve se dar o atendimento e a abordagem ao público GLBTT e a diferença entre identidade e orientação sexual.

Ainda sobre a parada,  embasado na pesquisa realizada no ano de 2005, Cássio Rodrigo observou-se que, entre  994 entrevistados 72% já sofreram discriminação, e entre 721, 18% sofreram agressões físicas.

O último discurso contou com o depoimento de Alessandro Faria, que foi vítima de um ataque homofóbico no começo de fevereiro e não obteve ajuda policial, Ali, como ficou conhecido diz que vivemos todos numa mesma sociedade e que devemos ser reconhecidos e respeitados como cidadãos, “a polícia está presente como figura de poder em função do Estado e tem o dever de nos proteger”.

Terminados os discursos deu-se início a uma discussão, onde cada uma das partes defendeu seus princípios e motivações. Capitão George,  da Polícia Militar se postou contra o atentado ao pudor, Cássio Rodrigo por sua vez esclareceu que ninguém estava ali para defender atos ilícitos e que direitos humanos e garantias devem ser pesadas a todos como iguais.

Os presentes concordaram com a tenente Karen Yuki, que  mencionou o quanto é complicado lidar com extremos, dizendo que todos os gays se exaltam ou que todos os policiais são preconceituosos. Da conversa e das discussões surge a possibilidade de manter a  parceria com novas ações para aproximar a comunidade GLBTT e a Guarda. O que facilitaria o entendimento e o trabalho na  região da Vieira de Carvalho (conhecido reduto gay da capital) ali representado pelo Capitão Rosendo, evitando assim novos problemas.

“Saber ouvir é muito importante”, falou  capitão Brandão,  responsável pelo encontro, que avaliou a tarde como proveitosa e provavelmente gerará bons frutos.

Neste encontro o interesse principal foi alertar para os acontecimentos, criar a parceria e estreitar ligações entre as entidades: PM, Cads e APOGLBT, a fim de criar uma convivência harmônica na sociedade paulistana proporcionando respeito e cidadania ao público GLBTT.