II Entrevista do mês da Visibilidade Lésbica 2008

Em homenagem ao mês da visibilidade lésbica a CADS preparou uma série de entrevistas que contarão um pouco da história de mulheres que, de alguma forma, contribuíram com a questão da visibilidade.

Dri Quedas já escreveu para o site MixBrasil e atualmente escreve para o Dykerama, um espaço on-line direcionado para o público lésbico. Há seis anos atrás, Dri terminou um casamento heterossexual para viver um amor com uma mulher. “A luta das lésbicas é a luta pela liberdade e pela autonomia no uso do próprio corpo. Além do direito de amar quem quisermos”.

Ser lésbica ontem e hoje:

Dri conta que faz pouco tempo que se assumiu, por isso é difícil para ela relatar as diferenças que ocorreram com o passar do tempo. “Como me assumi há apenas seis anos não sei avaliar como era ser lésbica antigamente, a não ser por relatos das minhas amigas. Me parece que a cada dia estamos conquistando, com muita luta, nosso espaço. Acredito que antes havia muito mais preconceito, e o pior, velado em frases e atitudes”. Segundo ela São Paulo é um lugar privilegiado no Brasil, por ser historicamente cosmopolita e por ter a maior Parada LGBT do mundo, mas que ainda existe preconceito.

A militância:

“Minhas formas de militar são várias, no dia-a-dia, convivendo com a minha namorada e não me escondendo da sociedade. No site Dykerama, escrevo textos que falam de sexo entre mulheres lésbicas e divulgo informações sobre esse mundo. Além de ter participado, esse ano, da organização da Caminhada Lésbica, que teve o tema –Nem igreja, nem mercado: Nosso corpo nos pertence. Por um Estado laico de fato-”. Dri conta que começou a escrever em sites em 2004, quando entrou para o MixBrasil. “Comecei a escrever pois acreditava que era preciso fomentar a discussão sobre visibilidade lésbica, minha base foram textos e discussões das pioneiras Vange Leonel, Cilmara Bedaque, Nina Lopes, Laura Bacellar e várias outras que foram fundamentais para o movimento”.

Lembrança:

“Um momento muito positivo foi quando eu estava no metrô e minha primeira namorada me encheu de beijos, antes que eu entrasse no vagão. Foi um misto de vergonha e conquista. Hoje vejo como evoluí nisso, eu não tenho mais problemas com demonstrações públicas de afeto”.