IV Seminário Inter-Religiosidade e Diversidade Sexual

Encontro define propostas e a criação de um manifesto

O 4º Seminário Inter-Religiosidade discutiu, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, os importantes temas sobre religião e diversidade sexual, e contou com a presença de autoridades religiosas e municipais.

Com competência e uma abordagem inteligente, o coordenador da diversidade sexual (Cads) Cássio Rodrigo deu início ao Seminário. Além dele, a mesa de abertura foi composta pelo Secretário Adjunto da Secretaria de Participação e Parceria (SMPP) Francisco Buonafina, a coordenadora da População Negra (Cone) Maria Aparecida de Laia, o pastor da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) Cristiano Valério, e por Pai Flavio D´Yansã. “O primeiro seminário surgiu da idéia de uma oficina para discutir o papel da religião na diversidade sexual, e hoje é uma vitória por envolver a sociedade como um todo e ter o apoio do poder público”, disse Pai Flávio.

 O dia seguinte começou com o tema “Estado Laico – Diversidade Sexual e Religiosa”, Cássio falou sobre a laicidade do Estado e dos políticos que utilizam a religião como forma de agregar mais votos e se aproveitar da fé. Em seguida, o espaço foi aberto aos participantes para debate. O pastor Marcos Aurélio disse que ter um Estado laico não significa não ter religião e que é preciso informar e educar. “Através de uma construção lenta e gradual é que teremos respeito e tolerância. Diálogo é essencial”. Segundo o pastor, “informação quebra preconceito, pois desmistifica e desconstrói os muros que dividem as pessoas”. O antropólogo e jornalista Marcelo Natividade propôs a criação de mais espaços para discutir e orientar sobre religião, orientação sexual e relação familiar. “Percebi que há profunda relação entre esses três grupos. Essas discussões possibilitarão um trabalho coletivo, e é extremamente rico para criar pautas a favor dos direitos humanos e da diversidade”. O pastor Cristiano também citou as mudanças e as interpretações da Bíblia conforme o interesse da época, frisando que deveríamos interpretá-la como está escrito, e não de acordo com nossas necessidades e anseios.

Também foi pauta de discussão a religião e diversidade nas escolas, criminalização da homofobia, a importância da religião para a comunidade LGBT, pedofilia, a omissão da polícia em casos como os garotos que foram descriminados por se beijarem na USP, entre outras coisas.

No domingo foi feito um grupo de discussão com todos os presentes sobre propostas e definições para construção do Manifesto de Inter-Religiosidade e Diversidade Sexual. O material áudio-visual e o Manifesto serão compilados e disponibilizados pela Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual.