Entrevista com Claudia Wonder

Claudia Wonder é uma das mais famosas transexuais do Brasil. É cantora, compositora, atriz, escritora e tem mais de 25 anos de carreira. Já contracenou com atores como Tarcísio Meira e Raul Cortez.

Ícone underground da década de 80, participou de filmes dirigidos pelos consagrados Carlos Manga, Hector Babenco, além de outros. No teatro, trabalhou com diretores como José Celso Correa Martinez.

Mas não é só na área artística que atuou. Claudia foi colunista da revista G Magazine por seis anos. E agora lançou seu primeiro livro: Olhares de Claudia Wonder: crônicas e outras histórias. Em entrevista para a Cads, ela contou um pouco de suas perspectivas sobre o livro.

CADS - Por que você decidiu escrever o livro: Olhares de Cláudia Wonder?

CLAUDIA - Eu fui convidada pelo Gilsom Ferraz, diretor de vendas da editora Summus para escrever esse livro. Ele achou que o livro daria uma cara nova, um fôlego novo na linha editorial do selo Edições GLS. O como e porque, pergunte a ele! (risos)

CADS - Qual é o efeito que você espera que o livro traga?

CLAUDIA - Espero que esse livro sirva para conscientização e desmistificação dos estereótipos que a maioria das pessoas têm sobre as travestis, transexuais e intersexos.


CADS – O livro tem público-alvo específico?

CLAUDIA - Esse livro é direcionado a todas as pessoas que se interessam pelo ser humano e suas diversidades. Pessoas que se interessam em se tornarem um ser humano melhor.

CADS - O que mais se destaca no livro?

CLAUDIA - Isso depende da interpretação de cada um. O livro traz muitos assuntos interessantes e informações de interesse sobre o universo trans. Como acontecimentos históricos, personagens que foram importantes para a humanidade e que ninguém sabia que se tratava de uma pessoa trans, tragédias causadas pelo preconceito e, muitas histórias engraçadas também.

CADS – Você tem algum projeto para escrever outro livro?

CLAUDIA - Agora que me despertaram para essa possibilidade as idéias estão pululando, mas o que sempre tive em mente e, o que as pessoas mais pedem, é para eu escrever minhas memórias.