Em sua 13 edição Parada exige mais cidadania sem Homofobia

No dia 14 de Junho, a Parada do Orgulho LGBT, chega a sua 13 edição em São Paulo. A maior parada do mundo, coloca na avenida paulista o tema  “Sem Homofobia, Mais cidadania” , para discutir o  fim da perseguição a homossexuais. É de fato uma contradição: O país que faz realizar a maior manifestação homossexual do mundo, também é o país que mais mata e persegue pessoas pela sua identidade sexual e onde não há legislação que proteja contra a homofobia.

A concentração que começará às 10h continua em frente ao Masp, mas na pista contrária, já diante do Trianon. É que com as obras da Linha Amarela do Metrô, entre a Paulista e a rua da Consolação, o percurso da manifestação será feiot na “contramão” para que os trios possam contornar a obra e pegar a faixa direita da Consolação.

A saída será ao meio dia. O caminho será o mesmo dos anos anteriores, com dispersão prevista para acontecer às 18 horas na Praça Roosevelt.

A exemplo do ano passado espera-se a participação de cerca de 3,5 milhões de pessoas. Ao término da Parada, a cidade de São Paulo estará cerca de R$ 180 milhões mais rica.

Este é o investimento médio que as pessoas esperadas no evento devem deixar na cidade. A previsão e que a cidade receba mais de 400 mil visitantes, 5% deles provenientes do exterior.

A Associação da Parada do Orgulho LGBT irá investir cerca de R$ 760 mil, no evento. A Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria de Participação e Parceria irá destinar outros R$ 550 mil. O montante investido pela Administração Pública será utilizado, sobretudo, em infraestrutura.

Serão instalados neste ano 900 banheiros químicos e a saúde recebeu uma atenção especial. Serão instalados  três postos médicos:  um em frente ao MASP, com 50 leitos; um em frente ao Cemitério da Consolação, com 40 leitos; e outro na Praça Roosevelt, também com 50 leitos. Os pontos médicos, com 140 leitos contarão com equipamentos de mini-hospitais. São 10 ambulâncias UTIs e 16 ambulâncias de remoção. Para a segurança serão 1.200 policiais militares, além de 420 seguranças.

Uma equipe de 120 funcionários públicos também estarão no auxilio do evento trabalhando voluntariamente. Eles irão atuar na parte de organização, na campanha contra a homofobia, distribuição de materiais e nos eventos paralelos.
 
Vale ressaltar que toda a Av. Paulista será gradeada, inclusive nas áreas dos Metrôs Consolação e Trianon, que não estarão em funcionamento nos períodos das 12h às 18h.
 

CONSOLIDAÇÃO
 
Para o Secretário de Participação e Parceria, Ricardo Montoro, a Parada é um evento que reflete o respeito paulistano pelas diferenças.

“Promovemos, na Secretaria, um trabalho de inclusão social dos segmentos mais vulneráveis e procuramos o respeito pelas diferenças”, disse. O secretário lembra que é a Secretaria de Participação e Parceria que mantém o único Centro de Referência em Direitos Humanos e Combate à Homofobia, da cidade de São Paulo.“Há outros centros no Estado, mas são locais criados e mantidos pela sociedade civil, não tem uma preocupação governamental”, diz Montoro. 

O Centro completa três anos no próximo dia 28 e conta hoje com 84 casos em andamento que versam sobre discriminação em função da identidade de gênero e opção sexual, a maioria, no ambiente de trabalho. As denúncias variam desde casos que caracterizam crimes contra a honra, como injúria e difamação até lesão corporal.

Procuram o centro cerca de 30 pessoas ao mês, para denunciar casos de evidente preconceito. 

Montoro também destaca o trabalho que vem sendo feito no Centro de Referência da Diversidade, um projeto multidisciplinar que tem o envolvimento do Grupo Pela Vidda e do Projeto Nós do Centro.

O Centro tem por objetivo desenvolver ações que possibilitem a inclusão social e favoreçam projetos de geração de renda alternativos a profissionais do sexo, travestis, transexuais e pessoas com HIV/AIDS.

Já o coordenador da Coordenadoria dos Assuntos da Diversidade Sexual, Franco Reinaudo, destaca duas características que mostram o que São Paulo tem de diferente para ter a maior Parada do Mundo. “Primeiramente é sua diversidade. São Paulo tem no seu DNA diferentes povos e raças. A outra é sua capacidade de organização, a Parada de São Paulo não é a mais antiga, mas se consolidou e serviu de modelo para muitas outras paradas do Brasil”, afirma.
 
E em relação ao caminho que pode levar ainda mais ao avanço do turismo LGBT, Franco ressalta a importância da capacitação pessoal. “A capacitação dos equipamentos turísticos é sempre importante, mas para um segmento onde o atendimento é fator de decisão na compra de um produto turístico, segundo pesquisas. O treinamento de profissionais é fundamental”, aponta o coordenador da Cads.
 
Abaixo, confira a programação do mês do Orgulho LGBT

7º Ciclo de Debates “Costruindo Políticas para LGBT”
de 03 a 19 de junho, vários horários e locais
confira a programação completa.
9º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade
04 de junho, às 20h
SESC Pompéia (Rua Clélia, nº 93, Pompéia)
9ª Feira Cultural LGBT
11 de junho, das 10h às 22h
Vale do Anhangabaú
9º Gay Day
13 de junho, das 10h às 22h
Playcenter (Rua José Gomes Falcão, nº 20, Barra Funda)
7ª Caminhada Lésbica “Não se Cale! Ser Lésbica é um direito!”
13 de junho, a partir das 13h
Avenida Paulista (concentração em frente à Praça Oswaldo Cruz)