Congresso reúne especialistas de 23 países para discutir políticas de memória voltadas para a consolidação da democracia

De 2 a 5 de novembro especialistas, ativistas, acadêmicos, sobreviventes e educadores debatem iniciativas de memória como ferramenta para a reconstrução social, fortalecimento da democracia e a defesa dos direitos humanos

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (SMDHC) é um dos apoiadores do congresso internacional Memória: Alicerce da Justiça de Transição e dos Direitos Humanos, que teve início neste domingo (2) e se estenderá até amanhã, dia 5 de novembro, no TUCA – Teatro da Universidade Católica de São Paulo. O evento é realizado pela Coalizão Internacional de Sítios de Consciência e a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Cinquenta anos após o golpe que instaurou uma ditadura civil-militar no Brasil e quase 30 depois da abertura democrática, a transição do regime autoritário ao democrático ainda não está concluída. Sendo assim, o Congresso irá discutir de que forma a memorialização pode fortalecer a efetivação da Justiça de Transição no Brasil e em outros países do Hemisfério Sul. O evento reúne participantes vindos de 23 países diferentes.

“Museus e memoriais e outras iniciativas visiológicas são mais que depositários de informações. São, acima de tudo, espaços que reúnem diversas disciplinas e experiências que favorecem o diálogo entre o sujeito e as informações sobre o passado e o presente, transformando o conhecimento em consciência crítica sobre o papel de cada cidadão no futuro”, diz Paulo Abrão, Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

A Coordenação de Direito à Memória e Verdade da SMDHC foi uma das incentivadoras para que o Congresso acontecesse em São Paulo, cidade que concentra quase um quarto de todos os desaparecidos políticos do Brasil. Sabemos infelizmente, a Cidade foi palco de graves violações aos direitos humanos nesse período, com inúmeros centros de tortura e de extermínio que precisam ser ressignificados, tais como o Sítio 31 de março, o Presídio Tiradentes, o DOI-CODI da Rua Tutoia, além da Vala Clandestina de Perus. É necessário avançar na política de memória na cidade, ao lado da luta por verdade e justiça, para que a transição para a democracia esteja completa.

“Ações de memória, como museus e monumentos como o que construiremos no Parque Ibirapuera denunciam as arbitrariedades cometidas e ajudam a romper com o legado de silêncio e de impunidade que a ditadura nos deixou. É apenas lutando pelo direito à memória e à verdade que reverteremos a lógica da violência que desde sempre marca a nossa história. E, a partir das verdades reveladas, exigir justiça e punição” afirma Rogério Sottili, secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

Veja a programação no site: http://goo.gl/7Z2r5y

De 2 a 5 /11, das 9h às 13h ; e das 15h às 18h
Teatro da Universidade Católica de São Paulo – TUCA
Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes