Congresso internacional reúne especialistas de 23 países para discutir políticas para consolidação da democracia

Especialistas, ativistas, acadêmicos, sobreviventes e educadores debateram como iniciativas de memória podem ser usadas como ferramenta para reconstrução social, fortalecimento da democracia e a defesa dos direitos humanos

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (SMDHC) foi um dos apoiadores do congresso internacional Memória: Alicerce da Justiça de Transição e dos Direitos Humanos, realizado entre 2 e 5 deste mês, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo – TUCA. O evento foi realizado pela Coalizão Internacional de Sítios de Consciência e pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

O congresso teve por objetivo discutir como a memória pode fortalecer a efetivação da Justiça de Transição no Brasil e em outros países do Hemisfério Sul. O evento reuniu participantes de 23 países.

“Museus, memoriais e outras iniciativas de preservação de memória são mais que depositórios de informações, são acima de tudo espaços que reúnem diversas disciplinas e experiências que favorecem o diálogo entre o sujeito e as informações sobre o passado e o presente, transformando o conhecimento em consciência crítica sobre o papel de cada cidadão no futuro”, disse Paulo Abrão, Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

A Coordenação de Direito à Memória e Verdade da SMDHC foi uma das incentivadoras para que o congresso acontecesse em São Paulo. Isso porque a cidade concentra 20% dos mortos e desaparecidos políticos de todo o Brasil.

“Infelizmente nossa cidade foi palco de graves violações aos direitos humanos nesse período com inúmeros centros de tortura e de extermínio que precisam ser ressignificados, a exemplo do antigo DOPS, que se transformou no belo Memorial da Resistência. Também precisamos lutar para ter símbolos de promoção de direitos humanos, assim como o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura Civil-Militar, que será inaugurado em dezembro, no Parque Ibirapuera”, afirmou Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos e Cidadania.