3° Conferência Municipal LGBT debate políticas públicas com recorde de participantes

Mais de 400 pessoas participaram da conferência no último final de semana

Foto: Nelson Neto

Com o maior público registrado desde a primeira edição, a 3° Conferência Municipal LGBT reuniu, no último final de semana, representantes da sociedade civil, autoridades do poder público e ativistas LGBTs para debater as propostas que vão nortear a elaboração dos próximos Plano de Metas e Plano Plurianual.

A Conferência é realizada pela Prefeitura de São Paulo, por meio do Conselho Municipal LGBT e da Coordenação de Políticas para LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). 

Presente na abertura do encontro, Rogério Sotilli, secretário de Direitos Humanos da Presidência da República, destacou a importância de promoção do respeito à diversidade. “A conferência está acontecendo em um momento muito importante de participação social no Brasil. Não existem direitos humanos sem democracia”, afirmou o secretário.

Também participaram os secretários municipais Eduardo Suplicy (Direitos Humanos); Luciana Temer (Assistência e Desenvolvimento Social); Dulce Xavier (secretária-adjunta de Políticas para Mulheres); e os vereadores Juliana Cardoso (PT) e Toninho Vespolli (PSOL). Além de Carlos Magno, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT) e Rafaeli West, representante da RedeTrans.

Elaboração de propostas

No sábado (5), a conferência discutiu em seis grupos de trabalho os eixos temáticos, entre eles Segurança Pública; Participação Social e Sistema Nacional LGBT; Educação, Cultura e Comunicação em Direitos Humanos e Defesa dos Direitos Humanos da População LGBT.

Um dos assuntos destacados pelo grupo de Cultura e Comunicação foi a necessidade de investir e obter visibilidade para artistas LGBT em festivais como a Virada Cultural, disponibilizando cota e porcentagem para esses artistas. “É interessante pensar em grandes produções com a temática LGBT e para esse público, pensar em alcançar o fomento nacional e municipal e apresentar essas produções em grandes cinemas”, disse Natalia Ribeiro, lésbica, militante e participante da Marcha Mundial das Mulheres.

A Conferência Municipal LGBT também elegeu 62 delegadas e delegados, entre representantes da sociedade civil e poder público. São lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais que representarão a cidade de São Paulo nas próximas conferências, nas etapas estadual - dias 19 e 20 de março - e nacional, prevista para o mês de abril.

Para Alessandro Melchior, coordenador da SMDHC na área de Politicas para LGBT, o maior êxito da conferência municipal foi o grande número de participantes que ela trouxe para o diálogo sobre a questão. “Nossa principal conquista foi realizarmos a Conferência Municipal LGBT com o maior número de participantes da história. E ao mesmo tempo promover a conferência com o maior número de travestis e transexuais proporcionalmente ao número de participantes. Está aí a mostra de que São Paulo está construindo não só uma cidadania LGBT, mas também uma cidadania trans, e isso é muito importante”, acentuou.