Foi encerrado nesta sexta-feira (13) o ‘I Encontro Internacional de Mães e Familiares de Vítimas do Estado Democrático’. Em uma série de eventos organizados pelo movimento Mães de Maio, com apoio das Coordenações de Juventude e de Direito à Memória e à Verdade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e também da Secretaria Municipal de Cultura, a impunidade da chacina que vitimou 564 pessoas em Maio de 2006 foi o destaque.
Linha de frente do Ato no Largo São Francisco. Foto: Luiz Gonzaga / SMDHC
Na plenária final, realizada no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Felipe de Paula, foi incisivo ao se posicionar sobre a demora na investigação de um crime que aconteceu há 10 anos e ainda se repete nos dias de hoje e anunciou a criação de um comitê especial que vai acompanhar o pedido de federalização dos “Crimes de Maio”.
Ele ressaltou ainda que a política da juventude é um dos temas centrais do trabalho da secretaria. “Fazer política de juventude em São Paulo é falar de violência de Estado. É uma realidade que precisamos urgentemente mudar. Porque nenhuma política vive, ou atinge seus objetivos, se não conseguir manter as pessoas vivas, manter vivos os jovens que precisamos proteger e beneficiar”, declarou.
A fundadora do Mães de Maio, Débora Maria da Silva, agradeceu o apoio da secretaria e reforçou a importância da mobilização do movimento diante do atual contexto político. “As Mães de Maio têm milhões de filhos, espero que esses filhos nos abracem e não se cansem de lutar, assim como uma mãe não se cansa de cuidar do filho”.
Durante o resto do dia, o movimento aprovou a "Carta das Mães em Luta: Pelo Nascimento de Uma Nova Sociedade Igualitária, Justa, Livre e Pacífica" e realizou um ato com o coletivo Cordão da Mentira. O encontro foi finalizado com uma caminhada pelas ruas do centro de São Paulo e depois os participantes seguiram para o Rio de Janeiro, onde serão realizadas atividades durante o fim de semana (14 e 15).