Um dia intenso de conversas sobre pessoas desaparecidas e as consequências para seus familiares. Foi realizado nesta sexta (23/08), no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, um workshop de parceria entre a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com o objetivo de debater e construir um programa municipal de atenção a familiares e pessoas desaparecidas.

Representantes da sociedade civil, secretarias municipais e de outros órgãos, como o Ministério Público, contaram casos e apontaram situações importantes que envolvem pessoas desaparecidas. Foram apresentadas as necessidades dos familiares, de acordo com a visão dos profissionais, sendo 10 aspectos fundamentais de atenção: busca pelas autoridades; busca pelos familiares; atenção psicológica; atenção médica; assistência jurídica; assistência social; subsistência; escuta qualificada e tratamento respeitoso; reconhecimento social e comunitário; acompanhamento e referência.

A coordenadora de Planejamento da SMDHC, Mariana Brito, lembrou que desde 2017 a Secretaria tem uma política sobre o tema, com a Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos, comandada pelo investigador Darko Hunter, e que, agora, “o objetivo é institucionalizar um programa envolvendo mais instituições e a sociedade”. Darko explicou como é feito o trabalho, “com um cruzamento de dados e pesquisa nos equipamentos públicos, além da orientação aos familiares”. Já a delegada do CICV, Larissa Leite, destacou a importância em “atender a demanda dos familiares, não só na busca, mas também na ausência e nos seus traumas, que ocasionam problemas de saúde e sofrimentos físico e emocional”.

De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, há dados de 2017 que apontam 82.600 pessoas desaparecidas no Brasil – número considerado muito grave pelo órgão e daí a necessidade de o poder público atuar com mais qualidade no assunto. A missão da entidade é promover o diálogo com as autoridades para apoiar o aperfeiçoamento de mecanismos legais e de coordenação relacionados à busca de pessoas desaparecidas e à resposta das necessidades administrativas, jurídicas, econômicas e psicossociais dos familiares.