1º Balanço das Ações Afirmativas de Promoção da Igualdade Racial é realizado na Defensoria Pública

 

 

Uma grande análise de políticas assertivas a favor da igualdade racial. Foi realizado nesta sexta, 06/09, o 1º Balanço das Ações Afirmativas do Município de São Paulo, no auditório da Defensoria Pública, centro da capital. Foram convidados para as palestras professores, especialistas, mestres e doutores para explanar sobre quatro temas: a) Racismo Estrutural; b) Saúde da População Negra; c) Sistema de Cotas no Brasil; d) Inclusão social dos Afrodescendentes.

Logo na abertura do evento, a secretária executiva-adjunta da Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, Elisa Lucas Rodrigues, destacou “o momento difícil em que vivemos no Brasil em relação ao racismo, depois de ter tido vários avanços. Mas não vamos recuar, temos muito a trabalhar em promoção da igualdade racial”.

O primeiro tema destacado (Racismo Estrutural) foi ministrado por Eunice Prudente, da USP, que propôs uma reflexão sobre o conceito de racismo e sua abrangência dentro das instituições. “Para uma sociedade plena, há a necessidade de valorizar a cultura e a educação em suas diferentes frentes. É importante uma ação política inteligente para romper as barreiras do racismo”, disse Eunice.

Em seguida, a enfermeira e sanitarista Valdete Ferreira dos Santos, coordenadora da área técnica da Saúde da População Negra da Secretaria Municipal da Saúde, apresentou o que tem sido feito para o bem-estar da população negra.

O sistema de cotas para a população negra foi debatido por dois palestrantes. O primeiro foi Daniel Almeida dos Santos, graduado em direito e mestrando em Políticas Públicas pela Universidade do ABC, que fez uma avaliação do impacto do sistema de cotas para a população negra, além de mostrar um paralelo entre a Índia e o Brasil nas ações afirmativas. “Enquanto a Índia foi precursora com políticas de inclusão no começo do século XX, no Brasil estas medidas ganharam corpo somente neste século”, comparou. Depois de Daniel, foi a vez do coordenador de Promoção da Igualdade Racial da SMDHC, Thiago Nogueira Arruda, falar sobre o sistema de cotas raciais. “A lei de cotas no município ajudou a incluir negros e pardos na máquina pública, mas os números mostram que ainda precisamos evoluir bastante”, afirmou.

O fundador e reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, falou sobre sua experiência à frente de ações de inclusão de jovens negros na universidade e no mercado de trabalho. “Ainda há muito a caminhar, mas há conquistas. A educação é um fator decisivo para o sucesso do jovem negro”, pontuou.