Prêmios valorizam promoção dos direitos humanos e defesa da memória e da verdade

 

 

No 5º dia do Festival de Direitos Humanos, a Praça das Artes – região central da cidade – foi o local escolhido para o 6º Prêmio Dom Paulo Evaristo Arns e o 4º Prêmio Alceri Maria Gomes da Silva.

“É com grande orgulho que a SMDHC promoveu mais uma vez essa homenagem a pessoas físicas e jurídicas, que preservam a memória e a história da sociedade brasileira e que seguem na luta pelos direitos humanos e pela democracia. A Secretaria tem se empenhado por meio de suas coordenações a promover ações e políticas que venham garantir, assegurar e instituir uma cultura de direitos humanos na cidade”, disse a secretária adjunta de Direitos Humanos e Cidadania, Marisa Fortunato.

O Prêmio Dom Paulo homenageia uma personalidade que se destaca pela defesa e promoção dos direitos humanos. Dom Paulo Evaristo Arns, o Cardeal do Povo, é reconhecido pela defesa dos mais pobres e por ter enfrentado a ditadura militar e o prêmio é uma escolha do próprio prefeito Bruno Covas. A coordenadora de Educação em Direitos Humanos, Márcia Lazzari, lembrou que antes da escolha, ainda houve uma indicação popular e depois uma lista tríplice foi enviada ao mandatário do poder executivo municipal.

A vencedora da edição 2019 é Margarida Genevois, de 96 anos, que foi presidente por oito anos, nas décadas de 80 e 90, da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.

“É um prazer enorme estar aqui, recebo emocionada essa premiação. Agradeço especialmente essa homenagem que mantém a memória de Dom Paulo, o maior brasileiro da 2ª metade do século XX. Tive um grande prazer de trabalhar com ele por 25 anos, o que deu um outro sentido à minha vida”, disse Margarida.

Já o Prêmio Alceri Maria Gomes da Silva evidencia quem atua na promoção e na defesa do Direito à Memória e à Verdade. Os homenageados deste ano foram definidos por doze jurados do Comitê de Educação em Direitos Humanos. Alceri foi uma operária metalúrgica e militante política. Atuou na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e foi assassinada pela ditadura militar.

A vencedora é a procuradora da República, Eugênia Augusta Gonzaga, mestre em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica em São Paulo. Sua principal atuação é na área de direitos humanos com ênfase na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e na promoção de temas relacionados à justiça transicional, de reparação às violações.

“Receber esse prêmio é uma gratidão à Prefeitura de São Paulo. O prêmio se chamar Alceri é muito significante por ela ter sido mulher e negra. Homenageio também as pessoas que foram vítimas desse período tão difícil no país”, disse Eugênia.

O ex-deputado federal Jean Wyllys e a Ponte Jornalismo, portal focado em segurança pública e direitos humanos, receberam a menção honrosa do Prêmio Alceri. Jean mandou seu agradecimento da Europa, onde vive, e quem recebeu a homenagem pela Ponte Jornalismo foi a repórter e editora Maria Teresa Cruz. “A gente não faz jornalismo pra ganhar prêmio, mas fica muito orgulhosa disso”, pontuou.

Participaram do evento os vereadores Eduardo Suplicy, Antônio Donato e Soninha Francine.