Programação em homenagem ao Dia da Mulher Negra da América Latina e Caribe terá cerimônia virtual de entrega do Prêmio Luiza Mahin e outras atrações




A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania promove hoje, 24/7, às 19h, em cerimônia virtual (Live) pelo Facebook.com/SMDHC, a entrega do Prêmio Luiza Mahin, em homenagem ao Dia da Mulher Negra da América Latina e Caribe. A data também será comemorada com outras atrações.

A Secretaria Municipal de Cultura apoiará a iniciativa com a projeção simultâneas da imagem da líder quilombola Tereza de Benguela em edifícios, uma delas em frente o Teatro Municipal, no centro, e a outra na Igreja do Rosário dos Homens Pretos, na Penha, Zona Leste, realizada pelo Coletivo Coletores.

A SMDHC e a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos fazem uma homenagem à história de mulheres anônimas que em sua trajetória têm impactado e inspirado positivamente a vida de outras pessoas. A ação será no Terminal Jabaquara do Metrô com a entrega de flores doadas pela Metra, concessionária da EMTU que opera o corredor ABD. Cada flor terá um cartãozinho com a história de uma dessas mulheres.

Ainda neste dia, a SMDHC publicará a portaria que institui o Fórum Municipal de Mulheres Negras, para interseção das políticas de igualdade racial e de gênero, considerando perfis em situação de maior vulnerabilidade.

A premiação

O Prêmio Luiza Mahin, de iniciativa da Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, da SMDHC, será concedido a sete mulheres que se destacaram por suas atuações em favor da valorização da população negra e da luta antidiscriminatória.

As mulheres homenageadas foram indicadas por organizações do movimento negro e de mulheres, e de redes sociais negras e de mulheres, que se inscreveram até o dia 18 de julho, aderindo ao edital da Secretaria. As premiadas irão receber diplomas e estátuas de natureza simbólica.

As personagens

O Prêmio leva o nome da personagem atribuída como sua mãe pelo poeta e abolicionista Luiz Gama. Luiza Mahin, ex-escrava africana provavelmente originária da Costa de Mina, teria conseguido comprar sua liberdade e organizado diversos levantes de escravos que sacudiram a Província da Bahia nas primeiras décadas do Século XIX.

De seu tabuleiro, enviaria mensagens por meio de meninos que pretensamente compravam seus quitutes e distribuíam por eles orientações para levantes históricos como a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-1838).

Perseguida, foi para o Rio de Janeiro, onde teria sido presa e deportada para Angola. Em outra versão, escaparia para o Maranhão, estado em que lhe é atribuída participação no desenvolvimento no tambor da crioula, uma dança típica de origem africana. Sua história foi contada por Luiz Gama em carta com detalhes biográficos dirigida ao escritor e jornalista carioca Lúcio de Mendonça.

Tereza de Benguela viveu no Século XVIII no Vale do Guaporé, Mato Grosso, e foi líder do Quilombo de Quariterê, que na época abrigava mais de 100 pessoas, entre os quais 73 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década 1730 ao final do século. Sua característica foi a governança por um sistema similar ao parlamentarismo.