Shopping Light orienta consumidor a como denunciar casos de racismo

Parceiro da SMDHC, decorou as vitrines no Mês da Consciência Negra com mensagem adesivada sobre o serviço SP156, programação incluiu vivência cultural sobre tranças afro

No lugar das mercadorias expostas, uma mensagem orientava os consumidores a como denunciar casos de racismo pelo serviço do portal e telefone SP 156. Assim as vitrines do Shopping Light permaneceram decoradas no período de 19 a 25 de novembro em ação de parceria com a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (SMHDC) e da sua Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, em alusão ao Mês da Consciência Negra.

A iniciativa de prestação de serviços teve como objetivo informar à população de que existem canais para encaminhar denúncias de um crime que está previsto em lei e é passível de punições aos infratores e, mais do que isso, de que é necessário denunciar os casos de racismo.

Infelizmente, o racismo é muito mais comum do que se imagina e a população negra nem sempre consegue tornar pública as violações que sofre por medo de represálias e perseguições. Assim, a Prefeitura de São Paulo investiu na formação pela Coordenação de Promoção da Igualdade Racial da SMDHC dos atendentes do serviço SP 156, para atendimento humanizado.

O racismo se manifesta de diferentes maneiras que se refletem nas condições de vida das pessoas pretas, nas dificuldades encontradas para o acesso ao mercado de trabalho e à educação, nas detenções e abordagens policiais arbitrárias e nas condições de moradia e saúde. A população negra ainda sente mais fortemente as desigualdades sociais, e constituem a maioria das pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Além do SP156, as denúncias de racismo podem ser feitas na cidade de São Paulo, por meio dos Centros de Referência de Promoção da Igualdade Racial (CRPIRs). São oito unidades, a maioria das quais implantadas neste ano, que estão localizadas em todas as regiões da cidade. Além desse serviço aos cidadãos, que inclui apoio jurídico e psicológicos, os CRPIRs também se ocupam da divulgação da cultura afro-brasileira (veja aqui os endereços e horários dos serviços).
Segundo o IBGE, 56,5% da população brasileira se declara como preta e parda. Na cidade de São Paulo, 32% da população se identifica como negra. Estudos apontam que os profissionais negros ganham menos que os brancos no exercício das mesmas atividades de trabalho, estão menos posicionados nas hierarquias das empresas e na representação política e social.

O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão, em 1888, sem que fossem dadas as garantias necessárias do Estado para propiciar as condições materiais para que o escravo recém-liberto pudesse se manter e se integrar à sociedade. Os 300 anos de escravidão e a falta de condições de sobrevivência subsequente à abolição refletem em parte a condição social e política da população negra no Brasil, e a existência do racismo como fator estrutural.

As políticas de afirmação, como a política de cotas para o ingresso nas universidades, são defendidas como recursos para corrigir as distorções existentes. Na cidade de São Paulo, por força de sua legislação, a cotas são utilizadas para reservar vagas para admissão no serviço público, inclusive para cargos comissionados.

O município implantou em novembro de 2018 o Plampir – Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial, que apresenta dez eixos estruturantes e 36 metas da administração pública para garantia de emprego, aprimoramento à assistência à saúde, promoção da educação, ações de inclusão indígena e enfrentamento do racismo nas instituições públicas e privadas.
Tranças como símbolo de resistência

Tranças como símbolo da resistência

Parceiro em outras ocasiões da SMDHC, o Shopping Light participou do Mês da Consciência Negra este ano também com a promoção, entre 20 e 22 de novembro, de uma vivência cultural em seu interior sobre o uso de tranças nos penteados de origem afro, com painéis ilustrando os significados históricos e políticos de seus países de origem. O uso de tranças tão especial entre as mulheres pretas, é considerado um ato de resistência da população negra, e também foi oferecido para as frequentadoras do shopping por profissionais atendentes.

As tranças afro podem indicar a condição social da mulher, o seu estado civil e ainda as suas características particularidades. Elas são, acima de tudo, o indicativo da força da mulher negra na sociedade. De origem africana, a mais antiga é a Nagô, que é utilizada rente ao couro cabeludo. As tranças também são comuns na Namíbia e outros países africanos. Durante a escravidão no Brasil, eram utilizadas para identificar as origens das mulheres escravizadas, mas também serviam para exibir os desenhos para identificação de rotas e mapas para fugas planejadas.