Dia da Visibilidade Trans: Prefeitura de São Paulo terá parceria em plataforma digital para cadastramento da população LGBTI

Com previsão de lançamento para março, o “Cadastro Municipal LGBTI+” terá o papel de fornecer dados para aprimorar a implementação de políticas públicas voltadas para esta população nas áreas de garantia de direitos e oportunidades de trabalho, acesso à cultura e cidadania

Durante a celebração do Dia da Visibilidade Trans (29/01) na capital paulista, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), informa que está na fase final das tratativas de uma parceria para disponibilizar a plataforma “Cadastro Municipal LGBTI+”, que vai suprir uma lacuna em relação aos dados disponíveis sobre a comunidade LGBTI da cidade, suas necessidades e carências. As informações que serão coletadas, como termos econômicos, sociais, educacionais e etários, serão amplamente utilizados para a implementação e aprimoramento de políticas públicas direcionadas. A previsão é de que o cadastro será lançado já no mês de março deste ano.

“A palavra ‘visibilidade’ é muito propícia quando falamos da população trans. Apesar de ser um dos grupos sociais mais vulneráveis, é evidente a carência de dados sobre estas pessoas, uma vez que censos nacionais não apresentam recortes sobre orientação sexual e identidade de gênero”, afirma Claudia Carletto, secretária municipal de direitos humanos e cidadania. “É com muita satisfação que buscamos esta parceria, que irá ampliar os dados disponíveis sobre a comunidade LGBTI da capital paulista, que aliada a outros iniciativas já implementadas, como o 1º Mapeamento Trans, irá nos fornecer ainda mais informações para seguir implementando políticas públicas efetivas para pessoas trans”, conclui.

Realizada em 2021 com apoio da SMDHC, o 1º Mapeamento de Pessoas Trans da cidade de São Paulo mostra o perfil sociodemográfico, condições de trabalho, renda e saúde, vivências de situações de violência e cidadania da população trans residente na capital paulista. Os dados levantados pela pesquisa foram essências para a implementação do programa Respeito tem Nome, ação transformadora oferece de forma gratuita às custas das certidões de protesto, bem como dos emolumentos cartoriais referentes ao requerimento de retificação de nome e gênero, à população de pessoas travestis, mulheres transexuais e homens trans em situação de vulnerabilidade social. As pessoas interessadas podem se inscrever através dos Centros de Cidadania LGBTI. Acesse o material aqui.

Outra novidade anunciada para este público é que, agora, bolsistas do Transcidadania, programa da Prefeitura de São Paulo que promove a reintegração social e o resgate da cidadania de travestis, mulheres transexuais e homens trans por meio dos estudos, recebem a oportunidade de realizar as horas complementares do programa em Secretarias municipais e Subprefeituras da capital paulista com atividades práticas. Veja aqui todas as informações dessa ação, que tem previsão de início para fevereiro.

Além disso, a SMDHC também firmou uma parceria com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para estabelecer um fluxo para facilitar e ampliar a vacinação da população trans contra o COVID-19 e a Influenza. Foram referenciadas as unidades de saúde mais próximas dos Centros de Cidadania LGBTI para receberem travestis, mulheres transexuais e homens trans usuários dos serviços. A ação, reconhecendo a vulnerabilidade social dessa parcela da população, visa estimular os cuidados com a saúde e facilitar o acesso aos serviços de imunização.

Uma das ações que encerram as celebrações do Dia da Visibilidade Trans acontece na segunda-feira (31/01), às 18h, em uma live com a Secretária Executiva Geral da ANTRA, Fernanda de Moraes, do advogado Victor Teixeira e do coordenador de Políticas para LGBTI da SMDHC, Cássio Rodrigo, para abordar o Relatório de Violência da ANTRA e o 1º Mapeamento Trans da cidade de São Paulo. O foco é debater sobre violência contra travestis, mulheres transexuais e homens trans, e a transmissão acontece no Facebook da Coordenação.

Rede de atendimento e como denunciar LGBTIfobia

Desde agosto de 2021, o serviço municipal SP156 atende denúncias de LGBTIfobia tanto nos canais digitais como por telefone, e a equipe teve um treinamento de sensibilização para realizar esses atendimentos. Não há pré-requisitos ou a necessidade de qualquer documentação oficial, como um boletim de ocorrência, para denunciar. Serão solicitadas informações sobre o ato ou situação que se quer reportar, como quando e onde ocorreu, quem praticou a ação e o que aconteceu. Veja aqui um passo a passo de como fazer uma denúncia.

O Portal SP156 fortalece a rede de atendimento já disponível por meio dos equipamentos da SMDHC, que seguem recebendo denúncias e acolhendo vítimas. A rede é formada por quatro CCLGBTIs e um Centro de Referência e Defesa da Diversidade (CRD), que desenvolvem ações permanentes de combate à homofobia e respeito à diversidade sexual, atuando nos eixos de Defesa dos Direitos Humanos e de Promoção da Cidadania LGBTI. Além das sedes fixas, quatro Unidades Móveis de Cidadania LGBTI percorrem São Paulo, levando estes e outros serviços para todas as regiões da capital.

A Legislação Municipal traz duas grandes conquistas da causa LGBTI na capital paulista, sendo a primeira delas voltada para a luta pelos direitos da população trans. Desde maio de 2018, por meio do Decreto nº 58.228, a Prefeitura de São Paulo garante o direito ao uso do nome social em todas as unidades da administração direta e indireta, como parte fundamental no processo de resgate da cidadania e empoderamento de travestis, mulheres transexuais e homens trans, sendo a decisão é pessoal e autodeclaratória. E, em janeiro de 2020, o então prefeito Bruno Covas sancionou a Lei 17.301, que pune todo tipo de discriminação contra a população LGBTI por parte de pessoas físicas e jurídicas.

Sobre o Programa Transcidadania

O Transcidadania é um programa da Prefeitura de São Paulo, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, que oferece uma bolsa mensal para pessoas trans que se comprometem a buscar a progressão escolar, nas escolas públicas referenciadas, que oferecem um ambiente mais propício para essa diversidade. O programa é descentralizado nos Centros de Cidadania LGBTI da prefeitura, onde as participantes têm apoio psicológico e de assistência social, reforço escolar, e cursos e oficinas de capacitação. Em 2020, o número de vagas do programa passou de 240 para 510 bolsas.


SERVIÇO

Dia da Visibilidade Trans (29/01)

Segunda-feira (31/01)

Livre sobre Violência contra travestis, mulheres transexuais e homens trans
Horário: 18h
Sobre a ação: Live com a presidenta da ANTRA, Keila Simpson, do advogado Victor Teixeira e do coordenador de Políticas para LGBTI da SMDHC, Cássio Rodrigo, para abordar o Relatório de Violência da ANTRA e o 1º Mapeamento Trans da cidade de São Paulo.
Local: Facebook da Coordenação de Políticas para LGBTI da SMDHC


Rede de atendimento LGBTI:


Centro de Cidadania LGBTI Claudia Wonder (Zona Oeste)
Avenida Ricardo Medina Filho, 603 – Lapa
Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Telefone: (11) 3832-7507
centrolgbtoeste@prefeitura.sp.gov.br

Centro de Cidadania LGBTI Laura Vermont (Zona Leste)
Avenida Nordestina, 496 – São Miguel Paulista
Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Telefone: (11) 2032-3737
centrolgbtleste@prefeitura.sp.gov.br

Centro de Cidadania LGBTI Luana Barbosa dos Reis (Zona Norte)
Praça Centenário, 43 - Casa Verde
Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Telefone: (11) 3951-1090
centrolgbtnorte@prefeitura.sp.gov.br

Centro de Cidadania LGBTI Edson Neris (Zona Sul)
Rua: Conde de Itu, 673 - Santo Amaro – São Paulo-SP
Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Telefone: (11) 5523-0413 / 5523-2772
centrolgbtsul@prefeitura.sp.gov.br

Centro de Referência e Defesa da Diversidade Brunna Valin (CRD)
Rua Major Sertório, 292/294 – República
Segunda a sexta-feira, das 11h às 20h
Telefone: 11 3151-5786 / 5783
crd@crd.org.br

Núcleo de Direitos Humanos Central
Rua Dr. Falcão Filho, 69 – Centro – CEP 01007-010
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h
Telefone de Contato: (11) 3104-0701
Agendamentos: (11) 3104-0701, 156

Núcleo de Direitos Humanos de São Miguel Paulista - Descomplica SP

Rua Dona Ana Flora Pinheiro de Souza, 76 – Vila Jacuí – São Miguel Paulista – CEP 08060-150
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Núcleo de Direitos Humanos de Campo Limpo - Descomplica SP
R. Nossa Senhora do Bom Conselho, 59 – Campo Limpo – CEP 05763-470
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Núcleo de Direitos Humanos de Butantã - Descomplica SP
Rua Dr. Ulpiano da Costa Manso, 201 – Butantã – CEP 05538-000
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Núcleo de Direitos Humanos de Santana/Tucuruvi - Descomplica SP
Av. Tucuruvi, 808 – Tucuruvi – CEP 02304-002
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Núcleo de Direitos Humanos da Penha - Descomplica SP
Rua Candapuí, 492 – Vila Marieta – CEP 03621-000
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Núcleo de Direitos Humanos de Capela do Socorro - Descomplica SP
Rua Cassiano dos Santos, 499 – Rio Bonito – CEP 04827-110
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Núcleo de Direitos Humanos de São Mateus - Descomplica SP
Av. Ragueb Chohfi, 1400 – Jardim Três Marias – CEP 08375-000
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Núcleo de Direitos Humanos de Jabaquara - Descomplica SP
Av. Eng. Armando de Arruda Pereira, 2314 – Jabaquara, São Paulo – SP, 04308-001
Atendimento Inicial de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.