Prêmio Luiza Mahin destaca papel e contribuição da mulher negra

Cerimônia de entrega será na terça-feira, 26/07, no Centro de Referência de Promoção da Igualdade Racial – Unidade Vila Guilherme, como parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Na figura de Luiza Mahin, descrita pelo escritor e abolicionista Luiz Gama como liderança de várias revoltas e levantes de escravos na Bahia do início do Século XIX, a Prefeitura de São Paulo entrega na terça-feira, 26 de julho, o prêmio, que leva o nome da protagonista, a sete mulheres negras de destaque em diferentes setores de atividades na capital paulista.

O prêmio Luiza Mahin faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e do Dia Nacional de Tereza Benguela e da Mulher Negra, celebrados na mesma data da cerimônia. O evento será iniciado às 14h, no Centro de Referência de Promoção da Igualdade Racial – Unidade Vila Guilherme.

As homenageadas foram indicadas por organizações e entidades ligadas ao movimento social e redes sociais negras e de mulheres, que se inscreveram para fazer as indicações, conforme edital publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, em 31 de maio deste ano. Cada instituição pôde indicar um nome para a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, responsável pela organização das iniciativas.

Quem foi Luiza Mahin

Segundo relatos de Luiz Gama, em carta com detalhes biográficos dirigida ao escritor e jornalista carioca Lúcio de Mendonça, Luiza Mahin era uma escrava africana, provavelmente originária da Costa da Mina, golfo da Guiné, que teria conseguido comprar sua liberdade e organizado diversos levantes de escravos que sacudiram a Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX.

De seu tabuleiro, enviava mensagens por meio de meninos que pretensamente compravam seus quitutes e distribuíam por eles orientações para levantes históricos, como a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-1838). Perseguida, foi para o Rio de Janeiro, onde teria sido presa e deportada para Angola. Em outra versão, escaparia para o Maranhão, Estado em que lhe é atribuída participação no desenvolvimento no Tambor da Crioula, uma dança típica de origem africana. De acordo com historiadores, Luiz Gama daria a entender que Luiza Mahin era a sua mãe.

Tereza de Benguela

Revolucionária brasileira, Tereza de Benguela viveu no século XVIII e se tornou líder do Quilombo do Piolho, também conhecido como Quilombo do Quariterê, localizado na fronteira entre Mato Grosso e a Bolívia, sucedendo ao companheiro José Piolho, assassinado por soldados do Estado. No Quilombo, povoado por negros e indígenas, era chamada de “Rainha Tereza”.
O Quilombo resistiu até 1770, quando foi destruído pelas forças de Luís Pinto Coutinho, governador da Província de Mato Grosso (1769-1804).
A estrutura política, administrativa e econômica do quilombo foi comandada por Tereza de Benguela até a sua morte, por volta de 1770. Segundo versões, teria se suicidado ou morta quando capturada por bandeirantes a mando da capitania, tendo sua cabeça exposta no centro do Quilombo.
O sistema de governo se assemelhava ao parlamentarista e as decisões eram assumidas em grupo. O Quilombo do Quariterê vivia do cultivo de produtos agrícolas, como o algodão, milho, feijão, mandioca e banana, e da venda dos excedentes.

A origem das datas

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi instituído em 1992, pela Organização das Nações Unidas (ONU), por iniciativa de um encontro de mulheres negras em Santo Domingo, República Dominicana. Foram elas que definiram o dia 25 de julho para homenagear a luta contra a opressão de gênero e raça. Já o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra foi criado pela Lei 12.897/2014, como marco da luta contra o racismo e pela criação de oportunidades.
Os indicadores revelam profundas desigualdades entre brancos e negros, no Brasil e no continente latino-americano. Apesar de a população negra ser a maioria em nosso país, 54%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres negras competem em condições desfavoráveis, como indica o Instituto de Pesquisas Aplicadas (IPEA), segundo o qual as mulheres brancas recebem 70% a mais de remuneração do que as mulheres negras.

Premiadas em edições anteriores

Edição 2020: Ana Beatriz Prudente, Maria Aparecida Costa, Diva Zitto, Eliana Ferreira Costa, Sônia Aparecida dos Santos, Valdete Ferreira dos Santos e Flavia Siqueira Diniz.

Edição de 2021: Ednusa Ribeiro, Lourdes Reis Silva, Luiza Guerino, Maria Aparecida Pinto (Cidinha Raiz), Martha Braga, Rosélia Abadia da Silva e Solange Cruz Bichara.

SERVIÇO

Cerimônia de entrega do Prêmio Luiza Mahin, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Onde e quando: 26 de julho, às 14h
Casa de Cultura Vila Guilherme - Praça Óscar da Silva, 110 - Vila Guilherme, São Paulo - SP, 02067-070

Informações para a imprensa:
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