No Dia do Locutor, conheça a voz do Sampa Skate

Sandro Soares participou de todas as edições da competição

Sandro Soares, o Testinha, tem 35 anos e é skatista há mais de 22. Desde que conheceu o carrinho de madeira, o fez de brinquedo, hobby e estilo de vida. Por volta do ano 2000, começou um trabalhou voluntário com o skate dentro da antiga FEBEM (hoje Fundação Casa). Paralelamente, Sandro começou a ocupar um papel fundamental dentro de um campeonato de skate, o de locutor. Ao se mudar para o município de Poá, na grande São Paulo, Testinha passou a dar a voz em algumas competições. “Este negócio de ficar a frente do microfone e falar com skatistas e a platéia começou quando inauguramos a pista de Poá”, explica.

Em um dos dias de trabalho pela FEBEM, o skatista entrou em contato com Marcio Tanabe em busca de um auxilio com alguns obstáculos. Mas o rumo da conversa mudou e Marcio o convidou para fazer a locução de um projeto novo que estava idealizando, a Copa Sampa Skate, que chega este ano a sua 11ª edição.

Desde então, Sandro Soares é a voz do Sampa Skate. Seu trabalho é fundamental para que a competição aconteça de fato. Ser locutor no Sampa funciona como a coordenação de um mestre de cerimônias. É ele que para, começa, autoriza, agita, narra e conversa com skatistas e platéia. “Quem monta a pista funciona como os braços. Eu, que comunico, fico como a voz do Sampa”, brinca Testinha. O locutor ainda completa: “É onde e como eu me sinto bem. Sem esse papel, eu ficaria sem uma parte do skate, que é a minha vida”.

Diferentemente de outros eventos, Sandro toma conta do microfone e do som que agita os participantes. Ele sempre encontrou muita dificuldade em acertar o ritmo e volume da música às informações que o locutor precisava passar em determinado momento. Então ele decidiu fazer as duas coisas juntas e deu muito certo. ”Formei no Sampa uma família, seja com os competidores ou com a platéia. E é assim que eu os chamo: Família Sampa Skate!”

Ele se lembra de um caso em que houve uma queda de energia durante a volta de um participante. Com o corte na música e no microfone, a platéia continuou cantando e incentivando o garoto. Para avisar que o tempo de volta tinha acabado, Testinha entrou na pista e abraçou o competidor: “Acabou! Acabou!”.

Outro episódio que Sandro se lembra com emoção aconteceu nos primórdios do Sampa Skate. O então skatista mirim Henrique Crobelatti fazia sua volta com manobras incríveis, sem errar nada. O locutor sabia que os pais do garoto o incentivavam muito a andar de skate e estavam no local. No instinto, Testista ligou no som a música Loadendo, do rapper Marcelo D2, que tem o seguinte refrão: “Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho/Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai.” Na arquibancada, o locutor viu o pai de Henrique aos prantos e depois recebeu profundos agradecimentos.

Sandro Soares, a voz da Copa Sampa Skate, acredita que o diferencial da competição é sua força enquanto uma importante ferramenta de inclusão social que cria cidadãos mais felizes. Coloca todos, sem discriminação de cor, sexo ou renda, na mesma condição de igualdade. Por isso, ele vê tantos talentos saindo do evento em que narra tantas histórias. “O Sampa Skate faz parte da história do skateboarding no Brasil. Ele é fator fundamental no progresso imensurável da nossa realidade social”.


Texto
Paulo Gervino - pantar@prefeitura.sp.gov.br
Foto:
Arquivo pessoal de Sandro Soares

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