No último sábado (27), a cidade de São Paulo recebeu a primeira etapa do Grand Prix Infraero de Judô para cegos e deficientes visuais. O evento reúne o maior número de atletas paralímpicos do país e aconteceu no ginásio do Centro Universitário Ítalo Brasileiro (Uniítalo), na zona sul da cidade.
A competição contou com sete categorias masculinas, seis femininas e 14 para iniciantes. A equipe CESEC/SP (Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos) foi campeã. A CEIBEC/RJ ficou na terceira colocação.
Desde o ano passado, o Grand Prix conta com atletas estrangeiros. Nesta edição estavam presentes judocas norte-americanos, russos, argentinos e suecos. Além disso, atletas do Clube Esportivo Municipal Mooca, referência em judô paralímpico na cidade, também participaram da competição. Lúcia Teixeira, campeã paralímpica e uma das atletas da Mooca, ganhou medalha de ouro na categoria leve (até 57 kg).
“Essa é uma maneira de fazer com que São Paulo seja sede dos Jogos Paralímpicos também. A cidade de São Paulo é uma referência no esporte paralímpico”, afirmou Jaime Bragança, coordenador técnico da Seleção Brasileira de Judô Paralímpico e professor no Clube Esportivo Municipal da Mooca.
Bragança aproveitou ainda para fazer um convite aos interessados no esporte paralímpico: “O esporte está aberto a todos. Na Mooca não existem aulas de judô para cegos, mas sim aulas que aceitam qualquer pessoa – cegos, deficientes físicos -, enfim, é um esporte inclusivo. Além disso, também estamos desenvolvendo espaço para o Goalball, modalidade para cegos. A Secretaria de Esportes está abraçando essa causa, fazendo reformas nos clubes e tornando-os acessíveis para essa grande população de pessoas com deficiência”, explica.
Medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres (2012), Lúcia Teixeira comentou sobre a importância do esporte paralímpico em sua vida: “Antes de praticar esportes, eu não saía sozinha. Passei a ter independência depois que eu comecei a praticar. Quando eu vim para o paradesporto de alto rendimento, passei a ter uma independência financeira. Enfim, o judô me ajudou em tudo. O esporte te ajuda em tudo”, falou Lúcia com entusiasmo.
Willians Araújo, revelação do judô paralímpico brasileiro, comentou sobre o potencial de revelação de eventos como o GP Infraero de Judô. O atleta surgiu para esse esporte em 2009. No ano seguinte ele foi campeão. Neste sábado, Araújo perdeu na semifinal para Luciano Pereira e ficou com o bronze na categoria pesado (acima de 100 kg).
O Secretário de Esportes, Celso Jatene, prestigiou o evento, desejando boa sorte a todos os judocas na abertura do Grand Prix.
Confira aqui os resultados individuais.
Texto:
Juliana Salles – jsalles@prefeitura.sp.gov.br
Foto:
Francisco Pinheiro - fbpinheiro@prefeitura.sp.gov.br
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